segunda-feira, 30 de junho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
Ser simples ou ser complicado
sexta-feira, 27 de junho de 2008
quinta-feira, 26 de junho de 2008
O único dilema que existe na simplezinha vidinha dos gajos
Estava eu muito bem na minha vidinha, quando me deparo com a seguinte notícia:
"Portugueses preferem praticar sexo a ver futebol"!
Comecei por achar esta história um pouco esquisita, e logo a seguir fiquei fulo!! Achei estranho abordarmos um tema destes de maneira tão leviana. Quer-se dizer, então lançamos um artigo destes e nem sequer consideramos um aspecto que para mim é vital:
É preciso ver qual é o jogo de que estamos a falar!!!! Se falarmos dum qualquer Benfica- Paços de Ferreira... ainda acredito. Agora, dum Sporting- Benfica ou dum Porto-Sporting, ou mesmo um vil Porto-Benfica. por exemplo? Qual é o Português que no dia de jogos entre grandes se põe a brincar às virilidades fúteis? Apresentem-me um! E assim que mo apresentarem, eu digo-lhe na cara:
"Este homem não é português carago!!!". Se o Eusébio estivesse morto, daria voltas no túmulo!!! Mas andou o homem a derramar lágrimas em vão, por terras de sua majestade? Quantos portugueses já foram filmados a chorar depois de perderem no sexo??? É isto que eu quero saber... Bolas, ao menos no futebol nós sabemos que somos bons!!!!
Depois pensei, "Mas será que é uma questão de prática? Uma cena do género, gostamos mais de fazer do que ver?"? É que se assim é, a notícia para ser idónea deveria ser:
Portugueses preferem praticar Futebol a ver sexo!!
Isso sim, daria uma ideia acertada da correlação de forças entre os dois factores!!!
P.S. Este texto foi escrito por um gajo - Vantunes mas poderia ter sido escrito por qualquer um humano do género masculino.
QUE TRISTEZA !!!! É QUE ISTO É TÃO TRISTE TÃO TRISTE, QUE SÓ NÃO CHORO PORQUE NÃO ME APETECE, PORQUE SE ME APETECESSE, BEM PODEM TER A CERTEZA QUE CHORAVA
José Adriano Rodrigues Barata-Moura (Lisboa, 26 de Junho de 1948) é um filósofo, escritor e cantor português, que ocupou entre Maio de 1998 e Maio de 2006 o cargo de reitor da Universidade de Lisboa.
Barata Moura estreou-se no canto de intervenção política, em 1970, no programa televisivo Zip Zip, cantando em francês uma balada "Ballade du Bidonville", cuja versão em português foi proibida pela censura de Marcelo Caetano, sendo, então, também, o autor de canções revolucionárias, relacionadas com a Liberdade e a Revolução do 25 de Abril. Editou cerca de 20 discos
Vamos brincar à caridadezinha
Esquerda e Direita Beata partilham algo: o paternalismo em relação ao pobre. A boa vontade, das brigadas da Verdade e da Bondade, precisa de uma coisa: que o pobre continue… pobre. A intenção não é erradicar a pobreza; o objectivo é fazer com que o pobre não sofra... tanto. A intenção não é resolver a causa do problema.Henrique Raposo a propósito de Muhammad Yunus.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Porque recordar também é viver
modernismo catalão (a variante local da art nouveau).
terça-feira, 24 de junho de 2008
Os Ass a Fora quando falam têm sempre razão
Oiçam com atenção :
Som, porque é que esta coisa não está (?), som, ah, estalinhos, estalinhos , ah, ça (?).
P.S.:
Charrazito, com provas desta natureza não há defesa possível .
Público.pt -
Os 27 esperam através do diálogo conseguir convencer Raul Castro a aceitar reformas democráticas.
Liberdade de expressão e melhores condições de vida são fundamentais para este País, o preço a pagar por eles será talvez alto de mais.
Hasta siempre comandante Che Guevara
Vienes quemando la brisa
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa.
Tu amor revolucionario
Te conduce a nueva empresa
Donde esperan la firmeza
De tu brazo libertario.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara
domingo, 22 de junho de 2008
sábado, 21 de junho de 2008
RCTrio - finalmente em video
O RCTrio em plena actuação. E desta vez com uma grande novidade: um coro de gajas ! Depois desta performance A Guerra nunca mais será A Guerra ! Ass a Fora no seu melhor (será ?).
(Sem a letra à nossa frente muito fizemos nós. Pagam mal e não dão condições ao pessoal, depois queixam-se que o staff não está à altura dos músicos)
sexta-feira, 20 de junho de 2008
O que é realmente urgente
Urgentemente
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio De Andrade
quinta-feira, 19 de junho de 2008
O Chico faz anos hoje. Parabéns ao Chico.
Francisco Buarque de Hollanda, conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de Junho de 1944) é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro.
Chico de Hollanda, de aqui e de algures "Parceiro de euforias e desventuras, amigo de todos os segundos, generosidade sistemática, silêncios eloquentes, palavras cirúrgicas, humor afiado, serenas firmezas, traquinas, as notas na polpa dos dedos, o verbo vadiando na ponta da língua - tudo à flor do coração, em carne viva... Cavalo de sambistas, alquimistas, mundanas, olhos roucos, suspiros nómadas, a alma à deriva, Chico Buarque não existe, é uma ficção - saibam. Inventado porque necessário, vital, sem o qual o Brasil seria mais pobre, estaria mais vazio, sem semana, sem tijolo, sem desenho, sem construção."
Ruy Guerra (cineasta e escritor)
Bastava aparecer na censura uma música de sua autoria para os censores tentarem a transformação para peritos - Chico escondia a revolução entre as linhas de suas letras. Foi perseguido a cada passo, teve os seus microfones desligados durante um show com Gil, quando foi apresentar Cálice ao público - mas tal qual Julinho, escorregava pelas mãos da ditadura usando tão somente sua genialidade.
Modelador de palavras, tem o dom único de descrever sentimentos como quem vive cada dor ou alegria - fala por nós - e não há quem, alguma vez na vida, ao ouvir as suas composições, não tenha jurado que Chico esteve por um momento na sua alma para ter conseguido descrever a emoção indescritível.
Carô Murgel (escritor)
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Fiquei a pensar no assunto e cheguei ás seguintes questões:
- A nossa Polícia aconselha-nos a não oferecer resistência em caso de assalto, estará certa ou errada ?
- Devido ao empregado da gasolineira ter uma idade avançada estará senil ? Ou estará pura e simplesmente marimbando-se para a vida ? Será um herói, um verdadeiro descendente de D. Afonso Henriques ? Será que não é deste planeta ?
- O agrafador em causa seria um agrafador especial ? Será que se começarmos a andar munidos de um agrafador no bolso conseguiremos deter todos os malfeitores ?
terça-feira, 17 de junho de 2008
Agradecimento
Gratas desde já,
Atentamente,
A Concorrência e Misteriosa Lua
Tóne - IV episódio
Pintas Malaico - e a tatuagem ? vocês já me puseram os olhos naquilo ? é uma carpa mamona gigante ou o caraças, se não é pelo menos parece, e vai mesmo até onde aqui o Ge gosta que as coisas acabem, he he he .
Tóne - Não posso, a gaja sabe assobiar, Cindy, o Cindy toca-me aqui com esses dedos todos lambuzados, que se há gaja que me tire do sério é gaja que assobia como tu, ó boazona.
Gaitinhas - Vamos ter que nos organizar e passar à acção se não o Coisinho acaba a actuação e nós ficamos a olhar para as estrelas do céu, ou pior que isso a contar as tábuas do tecto.
Pintas Malaico - olha é o monhé do quer fró, embutes comprar o ramo todo e oferecê-lo ás gajas.
Tóne - Dêm corda aos sapatos meus, tirem os ovos debaixo dos braços ou o caraças, se não o careca manda-chuva adianta-se-nos e nós ficamos a ver os barcos a irem de saída.
Gaitinhas - Embutes pedir o intervalo ao gajo que vai dar os olhos à outra ? Assim pode ser que as gajas vão fumar, e o pessoal faz-lhe o cerco já ali ao pé do assador das bifanas. Intervalo. Intervalo !
Pintas Malaico - Olha resultou ! As gajas alevantaram-se, tragam as frós e embutes fazermo-nos às febras.
Tóne- Que é esta cena meus ? Então o Coisinho também vai atrás delas ou estou a ver tudo turvo ? Já me está a cheirar mal, quem é que se abriu ó grandas javardos, se vão para o pé das gajas com esses vapores as gajas dão logo de frosques, vamos lá a ver se atinam, não podem guardar as bujardas para quando forem à pesca, ou lá para casa, não me digam que têm o olho relaxado.
Com um brilhozinho nos olhos os nossos três amigos conseguem chegar finalmente juntos das três boazonas. Embora estas já estivessem em amena cavaqueira com o Coisinho, nem isso os fez parar, eles eram lá gajos para desistir de febras daquela qualidade, e além disso tinham-nas fisgado primeiro, antes o poço da morte que tal sorte.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Tóne - 2º fascículo
Pintas Malaico: "Meu, nem sabes o que me aconteceu",
Tóne :"Não sei nem quero saber, o importante agora é engatarmos as boazonas"
Pintas Malaico: " Onde é que elas estão? vinde, vinde a mim coisinhas boas, olha aqui para mim tão lindoso"
Tóne: "Calminha engatatudo olha que a boazuda é para mim, tu ficas com a outra e já estás com sorte de haver alguma de sobra"
Pintas Malaico:" Qê ? Eu fico com aquela porcaria ? Se eu soubesse que era para isto, não tinha vindo, olha para ele, assim como assim ficava com a gaja lá de casa, ao menos essa já conhece as tácticas que dão gozo aqui ao Ge"
Tóne: "Ai ele é isso granda sacana , pois digo-te já se queres a feiosa muita bem se não queres dá de frosques que eu vou ligar ao meu amigo do rabo de cavalo, pode ser ser que ele não seja tão esquisito como tu, ó esquisitinho, até parece que o que tens lá em casa é uma granda Cinderela, ó Gaudêncio . Dá de frosques que nem te posso olhar para a focinheira, tchau, adieus, arriverdeci, vai pela sombra ó cara de trolha da Areosa"
Tóne ainda não refeito com a atitude do amigalhaço, pega no telemóvel e liga para o Gaitinhas, esperando que o seu grande amigo não lhe negue a ajuda desejada, e ao mesmo tempo pensando que se o gajo do rabo de cavalo não estiver com grande vontade de farra, a única hipótese que terá será dar o tratamento ás duas boazudas sozinho, parecendo-lhe no entanto tarefa árdua demais para um gajo só. Em último recurso passaria pela Farmácia mais próxima e compraria os milagrosos comprimidos azuis, aguado é que não podia ficar. O tanas, mais a mais a louraça não deixava de o galar. Ai coisa boa aguenta-me só mais um coche que tu e eu queremos o mesmo filha, tu tem-me calma minha rapsódia em sol maior. Ainda mal tinha desligado da conversa com o Gaitinhas, Tóne dá-se conta de que alguém se aproximava, olhando para trás diz espantado :
Roda o palco !
Mais conversa de gajo
domingo, 15 de junho de 2008
Mais um dia de pesca !
quinta-feira, 12 de junho de 2008
quarta-feira, 11 de junho de 2008
terça-feira, 10 de junho de 2008
Vida em câmara lenta,
Oito ou oitenta,
Sinto que vou emergir,
Já sei de cor todas as canções de amor,
Para a conquista partir.
Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…
Vida à média rés,
Levanta os pés
Não vás em futebois, apesar…
Do intervalo, que é quando eu falo,
Para não me incomodar.
Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…
segunda-feira, 9 de junho de 2008
domingo, 8 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Para ti amiga Patrícia.
Muitos parabéns Linda !
Um dia repleto de sensações maravilhosas.
Durante a nossa vida:
Conhecemos pessoas que vêm e que ficam,
Outras que, vêm e passam.
Existem aquelas que,
Vêm, ficam e depois de algum tempo se vão.
Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar...
Charles Chaplin
quinta-feira, 5 de junho de 2008
A verdadeira história das carpas mamonas
Tendo os peixes em conversa uns com os outros, tido conhecimento que os seus antepassados, ao contrário deles, viviam em lindos mares, lagos, albufeiras e rios onde nadavam livremente, sem redes e muros que os prendessem, onde se amavam profundamente, que fruto desse amor nasciam pequenitos peixitos a quem também amavam e por quem eram amados, e que se alimentavam daquilo que conseguissem com o seu trabalho pescar, e não daquilo que lhes era oferecido sem necessidade de qualquer esforço, resolveram unir-se todos, e liderados por um grupo de carpas, que devido a serem mamonas, eram tratadas de maneira diferente pelos humanos, que as acariciavam e lhes davam liberdade que aos outros peixes era negada, rebentaram redes e muros e foram à descoberta do mundo dos seus antepassados, de que tanto já tinham ouvido falar. Maravilharam-se com o que descobriram, extasiaram-se com as cores dos seus novos mundos, amaram-se uns aos outros com uma intensidade que quase os enlouquecia, e experimentaram gostos e cheiros que lhes provocaram êxtases de sensações.
Mas nada dura para sempre, e os humanos desabituados de pescar, começaram a sentir necessidade de incluir peixe na sua alimentação. Assim, depois de muita pesquisa e discussão decidiram procurar os últimos pescadores de que tinham conhecimento: ZA e JC. Pescadores cujos feitos eram narrados quase como fábulas ZA e JC , dispuseram-se então a com sua imensa sabedoria sobre a antiga arte da pesca, ajudar os outros humanos. Munidos do que era necessário para levar a bom termo a sua tarefa, dirigiram-se para uma barragem e aí começaram a tentar convencer os peixes de que a sua única hipótese de sobrevivência seria voltarem para a prisão dos seus viveiros.
É nesse momento que se dá o grande milagre. Do meio da água emerge uma linda carpa mamona, com longos cabelos de um louro com reflexos simultâneos de Sol e luar, com um corpo divinamente curvilíneo, e que com os seus lindos olhos da cor do céu, olha fixamente nos olhos de ZA, e sem desviar o olhar suplica aos dois pescadores que os deixem continuar a viver em liberdade. ZA, que no instante em que vislumbrou a carpa imediatamente se apaixonou por ela, e JC, cujo maior sonho da sua vida sempre fora descobrir porque é que as carpas eram denominadas de mamonas, e via agora a hipótese de ver o seu sonho realizado, imediatamente chegaram a acordo.
Mentiram aos outros humanos inventando uma rebuscada história em que os peixes já não eram iguais aos do passado, não havendo assim qualquer hipótese de os capturar, e compraram uma casita mesmo junto ás margens da barragem, para onde foram viver e onde foram felizes para sempre, eles, os outros peixes e especialmente as carpas mamonas que passaram a ter um novo componente na sua alimentação, componente esse que ZA e JC lhe ofereciam diariamente, que lhes proporcionava prazeres quase divinais, que viciava tudo e todos, e sem o qual já não conseguiam viver.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
A posição da mamada. O tempo de mamada faz diferença?
Sim, o tempo de mamada faz muita diferença. Existem dois tipos desse leite branco: o anterior, produzido no intervalo entre uma mamada e outra, e o posterior, fabricado durante a mamada, alguns minutos após a sucção. Por isso, se o tempo de mamada for muito curto, o leite posterior não é produzido. O ideal é que a mamada dure de 15 a 20 minutos em cada peito. O leite posterior é importante porque tem maior concentração de gordura que o anterior e ajuda a ganhar peso.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Bora cantar os parabéns ?
Jorge Manuel d’Abreu Palma nasceu em Lisboa, a 4 de Junho de 1950, e com apenas seis anos, ao mesmo tempo que aprendia a ler e a escrever, iniciou os seus estudos de piano, realizando, com apenas oito anos, a sua primeira audição no Conservatório Nacional.
"Podem falar, podem falar
que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
de vez em quando a cantar, de vez em quando a sofrer
podem falar, podem falar
mas estão a perder tempo
se pensam que um dia me hão-de amarrar"
"Em Jorge Palma sobressai a capacidade de redescobrir a música, de criar uma forma atraente, de exibir sentimentos, explorar emoções, e cativar sempre mais gente, a acompanhar a sua solidão junto ao piano, num misto de querer estar só, mas com todos os outros".
(letra e música de Fausto Bordalo Dias)
Eu pego na minha viola
E canto assim
Esta vida
A correr
Eu sei que é pouco e não consola
Nem cozido à portuguesa há sequer
Quem canta sempre se levanta
Calados é que podemos cair
Com o vinho molha-se a garganta
Se a lua nova está para subir
Que atrás dos tempos vêm tempos
E outros tempos hão-de vir
Eu sei de histórias verdadeiras
Umas belas
Outras tristes de assombrar
Do marinheiro morto em terra
Em luta por melhor vida no mar
Da velha criada despedida
Que enlouqueceu e se pôs a cantar
E do trapeiro da avenida
Mal dormido se pôs a ouvir
Que atrás dos tempos vêm tempos
E outros tempos hão-de vir
Sei de vitórias e derrotas
Nesta luta que se há-de vencer
Se quem trabalha não esgosta
No seu salário sempre a descer
Olha a polícia
Olha o talher
Olha o preço da vida a subir
Mas quem mal faz
Por mal espere
Se o tirano fez a festa
P'ra fugir
Que atrás dos tempos vêm tempos
E outros tempos hão-de vir
Mas esse tempo que há-de vir
Não se espera como a noite
Espera o dia
Nasce da força que transpira
De braços e pernas em harmonia
Já basta tanta desgraça
Que a gente tem no peito
A cair
Não é do povo
Nem da raça
Mas do modo como vês o porvir
Que atrás dos tempos vêm tempos
E outros tempos hão-de vir
Quereis festa ? Aqui vai ...
SONETO DE TODOS OS CORNOS
Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c'roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
SONETO DA CÓPULA CANINA
Quando no estado natural vivia
Metida pelo mato a espécie humana,
Ai da gentil menina desumana,
Que à força a greta virginal abria!
Entrou o estado social um dia;
Manda a lei que o irmão não foda a mana,
É crime até chuchar uma sacana,
E pesa a excomunhão na sodomia:
Quanto, lascivos cães, sois mais ditosos!
Se na igreja gostais de uma cachorra,
Lá mesmo, ante o altar, fodeis gostosos:
Enquanto a linda moça, feita zorra,
Voltando a custo os olhos voluptuosos,
Põe no altar a vista, a idéia em porra.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Tava eu tirando moncos
Cá da cana do nariz
Enquanto fazia uma mija
Assim tipo... chafariz
Tinha a bexiga tã chêia
Que fiquê lá uma hora
Quando m' assomê em volta
Tinha-s'ido tudo embora
Sacudi o 'coiso e tal'
Enquanto coçava a bilha
De tal manêra atascado
C'o entalê na braguilha
Tirê as botas do lodo
Que fizera na mijada
Sacudi tamém as calças
sempre com ela entalada
Pedi ajuda à Ti Micas
Que cerca dali morava
Mas depilou-me os tomates
Ca força com c'a puxava
Ensanguentado da pila
Fui aos tombos pelo monti
Vomitando quasi as tripas
Nã sêi se queres que te conti
Comera dôis pães de quilo
C´um garrafão p'rájudari
Nâ admira ter tado
Três horas a vomitari
Detê-me na palha fresca
Para ver se descansava
Enterrê-me logo em bosta
Da vaca c'ali pastava
foi assim qu'essa tarde
conheci um caracoli
Dêtados os dois na palha
os cornos secando ao soli
domingo, 1 de junho de 2008
Excertos extraidos do livro Paula de Isabel Allende
"Silêncio antes de nascer, silêncio depois da morte, a vida é um mero ruído entre dois insondáveis silêncios."
"Os filhos, como os livros, são viagens ao interior de nós próprios, nas quais o corpo, a mente e a alma mudam de direcção, regressam ao próprio centro de existência"
Excertos extraidos do livro Eva Luna de Isabel Allende