terça-feira, 30 de junho de 2009

Qual o preço certo ?



A propósito de uma notícia sobre desvio de fundos que me chocou. Porque conheço a nível profissional as pessoas em causa. Porque nunca os julgaria capazes de ... roubarem !!!

Sou parva, sei que sou, e embora vos confesse que apesar de existirem momentos da minha vida em que me magoo por insistir nesta minha parvoíce, prefiro ser parva a ser "chica esperta".

Claro que quando sinto que já chega, que está na hora, que basta, também sei por pontos finais. Talvez por esperar tempo de mais, muitas vezes esses pontos finais acabam por ser parágrafos. Possivelmente se fosse semeando virgulas, e pontos de exclamação, não existisse necessidade de utilizar pontos finais parágrafos radicais.

Além de parva e teimosa, sou ainda uma outra coisa: ingénua. Ora esta faceta do meu eu já me aborrece um pouco mais, ou para ser franca, chateia-me para caramba. Acredito nas pessoas pronto, que hei-de eu fazer? Se dermos como certo aquele antiquíssimo provérbio que diz que quem não confia não é de confiar, esta treta da minha ingenuidade até me é abonatória, mas a realidade é bem outra. É que se há coisa que me chateie como o caraças, é descobrir que fui enganada porque ingenuamente acreditei em tudo e todos.

Continuando esta minha auto-psicanálise, gostaria só de acrescentar outro aspecto da minha personalidade: a minha relação com o dinheiro. É que o vil metal, ou vil papel, ou o que lhe quiserem chamar, é coisa que não tem grande importância para mim. Não estou a querer com isto dizer que não sou materialista. Claro que gosto de ter o que considero mínimo para viver. Um automóvel cujo motor funcione sempre que rode a chave na ignição e se possível que não me deixe ficar apeada, roupa que ao olhar para o espelho depois de a vestir não me veja obrigada a fechar os olhos, e uma casa onde me rodeie de algumas coisas que me façam sentir bem. Não me seduzem o luxo, as marcas ou os estatutos sociais.

Não tenho portanto inveja daqueles de quem se costuma dizer que "estão muito bem na vida" , e posso acrescentar até que me deixa feliz saber que alguém conseguiu esse feito, desde que se tenha mantido igual a si próprio sem alterar princípios e valores.

Passo a explicar-vos o porquê deste extenso palavreado. É que hoje (ajudada pela informação que me chegou através da comunicação social deste meu país) cheguei a uma muito perturbante interrogação: será que alguém consegue enriquecer apenas com o seu trabalho? Será que todos os ricos (ricos pelo aspecto monetário, claro) ou são desonestos ou corruptos ?

Esta parvoíce que é parte integrante de mim, como fiz questão de vos contar, impele-me a não desistir de acreditar. Insisto em ingenuamente e teimosamente, manter dentro de mim a esperança, de que existem ainda alguns por aí, que fazem questão de se manterem honestos e íntegros. Ou será que de uma maneira ou de outra, todos nós somos vendáveis, e é apenas uma questão de acertar no nosso preço ?


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Bora lá descontrair ...

Sorriso-10645

Equívocos históricos :

"Por volta de 1960 o trabalho será limitado a três horas por dia."
* John Langdon-Davies, A Short History of the Future, 1936

Em 2000, políticos simplesmente desaparecerão. Não veremos mais nenhum partido político."
* R. Buckminster Fuller, 1966

Viajei por todos os lados neste país, e posso assegurar-lhes que processamento de dados é uma ilusão que não perdura até o fim do ano"
* O editor encarregado de livros técnicos da Prentice Hall, 1957

"Não há nenhuma razão para que alguém queira ter um computador em casa"
* Ken Olson, presidente e fundador da Digital Equipment Corp.,1977

Quem se interessaria em ouvir os actores falar?"
* H.M. Warner, Warner Brothers, no auge do cinema mudo, 1927.

"Aviões são brinquedos interessantes mas sem nenhum valor militar"
* Marechal Ferdinand Foch, Professor de estratégia, Ecole Supérieure de Guerre, Paris.

640 K é mais do que suficiente para qualquer um"
* Bill Gates, 1981


Equívocos difíceis de entender:

Um casal estava casado há 20 anos e todas as vezes que faziam sexo o marido insistia em manter as luzes apagadas.

Bem, depois de 20 anos, a esposa sentiu que aquilo era idiota demais.

Numa noite, enquanto eles estavam no meio da "brincadeira", ela acendeu as luzes!!!...

Ela olhou para baixo e viu que o seu marido estava a segurar um vibrador.

- Seu desgraçado impotente!!! - gritou ela.
Como tiveste coragem de me mentir estes anos todos???

O marido olha-a nos olhos e calmamente responde:

- Eu explico o vibrador se me explicares as crianças!!!

Rapsódia em R (de restantes músicos que estiveram presentes)

Desculpe o aué, eu não queria magoar você.... A verdade é que escolhi as fotos que como se diz em gíria estavam melhorzinhas, ou aceitáveis. Aliás há fotografias de dois eventos no post anterior, a noite da solidariedade de todos nós, e a noite do tributo a Carlos Tê/Rui Veloso. Foi uma escolha pessoal das fotografias que retratam desses dois eventos os momentos que mais me marcaram. Outros poderão com certeza fazer uma mostra fotográfica do que se passou com muito mais qualidade do que eu. Mas ... mas como não quero que vos falte nada aqui vos deixo com muito carinho as fotografias dos restantes músicos que nos honraram com a sua presença.

José Mário Branco (O GRANDE JOSÉ MÁRIO BRANCO)


José Manuel dos Santos (presente ... sempre...)


Fernando Pereira e Mena (os anfitriões)



Letícia Gabian (a Estrela Internacional)
Tinha ou não razão quanto à qualidade das fotografias ?

domingo, 28 de junho de 2009

Rapsódia em F (de fotos, claro )

Arménio (s) o (s ) trolha (s) da Areosa ....


Saudade ... saudade ...


Com um brilhozinho nos olhos...


São os loucos ( a louca ) de Lisboa ...

sábado, 27 de junho de 2009

Morreu um génio. Será que foi feliz ?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Enquanto houver estrada para andar ... bora lá continuar !!!

Depois da noite de emoções que todos vivemos ontem, deixo-vos uma óptima sugestão:

Logo mais atravessem o rio e vão até Almada, mais precisamente até ao Café Concerto do Teatro Municipal de Almada. O tributo a Carlos Tê/Rui Veloso vai ser, com toda a certeza, um espectáculo a não perder.

Rogério Charraz
Ás 23, 00 horas no Café Concerto do Teatro Municipal de Almada.

Voz e guitarra: Rogério Charraz
Piano e acordeão: Enzo d`Aversa
Guitarras: João Roque
Baixo: Luís Pinto
Bateria: João Coelho


Se quiserem poderão ainda jantar em muito boa companhia, ou seja: connosco. O jantar decorrerá no espaço acima referido. O preço do jantar é de 8,00 €.

Garanto-vos uma noite de MUITO BOA MÚSICA PORTUGUESA.

ATÉ JÁ E BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS !!!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O entusiasmo é a nossa maior força. Conserva-o e nunca te faltará poder para conquistar o que desejas.


O entusiasmo é a maior força da alma. Conserva-o e nunca te faltará poder para conquistar o que desejas.
- Napoleon Hill (Escritor EUA – 1883 a 1970)

O segredo de ser feliz passa por encarar os desafios como oportunidades de aprender . Ser capaz de criar possibilidades. Contra tudo e contra todos ir além. É lutar por tudo o que acreditamos. Reconhecer os nossos erros, desenvolver novas estratégias, reorganizar planos de vida. Dividir as alegrias com as pessoas próximas, e termos bem definido o que queremos.

O segredo de ser feliz é a nossa capacidade de sentirmos entusiasmo, e acreditarmos na sua capacidade de transformar a nossa vida. Precisamos de acreditar em nós, entusiasticamente. É sempre preferível os erros do entusiasmo que a indiferença do bom senso.

Hoje à noite na Taverna dos Trovadores, em S. Pedro de Sintra, convido-os a todos a presenciarem e sentirem a amizade, a solidariedade e o ENTUSIASMO.

ATÉ JÁ !!!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PORQUE DENUNCIAR CRIMES É UMA FORMA DE LUTA !!!

A Mutilação Genital Feminina (sigla MGF), termo que descreve esse acto com maior exactidão, é vulgarmente conhecida por excisão feminina ou Circuncisão Feminina. É uma pratica realizada em varios países principalmente da África, e da Ásia, que consiste na amputação do clitóris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o acto sexual.

A MGF pode ser realizada em clínicas por médicos, mas mesmo desta maneira, com anestesia, trata-se de mutilação genital feminina. No entanto, a maioria dos casos são realizados por mulheres da comunidade em que vive a mulher ou criança, com instrumentos de corte inapropriados (faca, caco de vidro, ou navalha). Estes instrumentos são raramente esterilizados e anestesiados, podendo levar à transmissão da SIDA ou HIV, ou à morte. Em casos de infibulação, podem ser usados pontos ou espinhos para “manter” os lábios vaginais juntos, tendo as raparigas de ter as pernas atadas durante quarenta dias.

A MGF não é um costume inofensivo. Causa danos físicos e psicológicos irreversíveis, podendo ainda levar à morte de raparigas de todas as idades. Esta mutilação viola o direito da jovem a desenvolver-se psico-sexualmente de um modo saudável e natural. O que também deve ser considerado são os custos do tratamento contínuo devido às complicações físicas e psicológicas. A MGF é uma ofensa grave aos direitos humanos em geral, e aos direitos da mulher e criança, em especial.

O segredo à volta da MGF e a protecção dos que a executam torna mais difícil de obter a informação correcta do número de mulheres afectadas pela MGF. No entanto, por volta de 135 milhões de mulheres sofreram MGF no mundo inteiro, subindo de 2 milhões de raparigas em risco de sofrer MGF por ano – aproximadamente 6000 por dia – para três milhões.

A MGF é praticada na maioria dos casos em África, mas também é comum em certos países do Médio Oriente. Também acontece, devido a comunidades imigrantes, em certas regiões da Ásia e do Pacífico, América do Norte, América Latina, e Europa.

PELOS DIREITOS HUMANOS. PELA EXTINÇÃO DO OBSCURANTSMO. PELOS MAIS ELEMENTARES DIREITOS DAS MULHERES E CRIANÇAS.

Mutilação Genital feminina

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dia 25 um jantar com um brilhozinho nos olhos ...

Conheço o Rogério Charraz há apenas um ano e meio. Fui ouvi-lo pela primeira vez na Taverna dos Trovadores em Sintra. Sabe quem já o ouviu como se entrega em cada canção que canta. Sabe quem já o ouviu que pode repetir músicas mas nunca interpretações. Todas as noites somos surpreendidos pela nova roupagem que dá a cada canção em cada interpretação. Rogério Charraz ama a música e ama cantar e tem o dom de fazer passar essa mensagem a quem o ouve. Rogério Charraz sabe também fazer passar a todos os que com ele privam outra mensagem, a da amizade.

Porque gostamos de acarinhar quem merece o nosso carinho, um grupo de amigos do Rogério organizou um jantar seguido de espectáculo, na próxima quinta feira dia 25 de Junho, na Taverna dos Trovadores em S. Pedro de Sintra, cujo lucro reverterá para o ajudar a realizar um sonho que merece ser concretizado: a gravação de um disco. Fizeram questão de juntar-se a nós neste gesto solidário José Mário Branco, Fernando Pereira, Letícia Gabian, José Manuel dos Santos, Pedro Branco e muitos outros.

Deixo-vos com "um brilhozinho nos olhos", uma das canções que possivelmente iremos ter oportunidade de ouvir na próxima quinta feira. Sei que todos os que estiverem presentes no jantar de dia 25 irão ver e sentir este brilhozinho nos olhos e no coração. Será com toda a certeza uma noite que ficará para sempre na memória e no coração de todos nós. A GRANDE FESTA da amizade e da solidariedade.

Pela gravação de um disco, porque ser solidário é ser fonte de gente.

P.S. Lembro a todos que é hoje a data limite das inscrições para o jantar. Podem desde já garantir a vossa presença através do telefone 21 923 35 48.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Porque faço questão de guardar amigos para sempre. Porque passeava no You Tube e descobri este video. Porque são duas pessoas que amam o que fazem a tal ponto que nos contagiam com o seu entusiasmo e a sua alegria. Porque têm sempre uma palavra amiga para oferecer a todos sem excepções. Porque é bonito o seu modo de estar na vida. Hoje deixo-vos com dois dos meus meninos (como carinhosamente gosto de lhes chamar): Luís Nunes e Cátia .

Uma maneira de lhes agradecer a forma bonita como passaram e marcaram uma fase da minha vida.

A bachata é um ritmo musical originário nas favelas da República Dominicana na década de 60. Considera-se um híbrido do bolero (sobre tudo, o bolero rítmico) com outras influências musicais como por exemplo o cha-cha-cha e o tango.
A Bachata Moderna,é um novo estilo que está a evoluir, juntando e fundindo passos de zouk, bolero, tango e muito mais. À fusão da bachata com o tango dá-se o nome de Bachatango, e o resultado dessa fusão é uma nova forma de dança extremamente sensual.
Deixo-vos este video para que possam constatar a sensualidade deste novo estilo de dança


Viagem

O tempo não leva embora
o que ficou marcado
no fundo da memória

é emboscada
é maciez
é algo inesperado

estremece prateleiras e adegas
desenha palavras raras
na trama do dia-a-dia

O tempo é o que contem
e o que se esconde na ânima
É feito névoa seca no horizonte

com seus acordes dramáticos
sensibiliza o paladar
nos caminhos do imaginário

A saudade, ora a saudade
chega como tempestade
mas tem sabor de chocolate.

Andréa Motta

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sobrevivi ao dia de ontem. Um bom augúrio sem dúvida . Há lá coisa mais difícil que conseguir convencer alguém do que é óbvio ? Estou até a pensar seriamente em me dedicar à política. É que se tenho dentro de mim a incrível capacidade de convencer os que têm severos distúrbios psíquicos, o que não conseguirei fazer com todos os outros. E mais importante que tudo isto, hoje é finalmente sexta feira, logo temos à nossa frente a aproximação do FIM DE SEMANA. Sugiro-vos portanto, se mo permitirem claro, uma ida à praia, ao campo, ao cinema, o que vos der mais prazer fazer. A não perder, a oportunidade de ouvir o Senhor que canta neste video, que hoje resolvi oferecer-nos (escolhi este vá-se lá saber porquê ;) (A) ) .


Convido-os a todos a juntaram-se hoje e amanhã, ao Rogério Charraz Trio na Taverna dos Trovadores em S. Pedro de Sintra. Além de poderem desfrutar de duas noites de boa música portuguesa passadas em agradável companhia, poderão ainda aproveitar para garantir o vosso lugar na grande festa do próximo dia 25 de Junho. Um jantar que queremos especial. Um jantar que será com toda a certeza uma grande festa. A festa da solidariedade por alguém que indubitavelmente merece o nosso carinho e o nosso apoio. Nele poderemos contar com a presença de grandes nomes da música portuguesa que fizeram questão de apoiar este gesto de solidariedade. Porque SER SOLIDÁRIO É SER FONTE DE GENTE!!!
UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS !!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Loucura, insanidade mental, estupidez, ignorância, falta de discernimento. Começou ontem à tarde. Tentei ignorar. Tentei e quase consegui.

Loucura, insanidade mental, estupidez, ignorância, falta de discernimento. Hoje o 2º capítulo. 8,30 h da manhã, depois da chave rodar na fechadura da porta, das luzes acesas, dos passos pelo corredor, a minha secretária. Sobre ela uma folha branca com loucura a negro. As mesmas ordens insanas de ontem. Antes de ontem as palavras eram outras, mas uma coisa tinham em comum, todas eram palavras sem nexo, palavras pertubadoramente loucas. Amanhã serão as mesmas ou diferentes, mas a loucura estará lá.

Loucura, insanidade, estupidez, ignorância, falta de discernimento. Tudo isto agravando-se com o tempo, até se tornar insuportável, até se tornar quase impossível esta minha teimosa tentativa de não ser absorvida pelo sem nexo. É cada vez mais difícil esta minha luta por me tentar manter mentalmente sã.

Hoje vou inspirar e expirar profundamente em cada abordagem. Contarei lentamente até dez antes das palavras saírem de dentro de mim. E se acreditasse em Deus pediria-lhe para que o meu dia acabasse em paz. Será que vencerei ou ser vencida ? On vera, on vera ...


Não vale a pena usar
fraque e cartola
quando se mergulha as mãos em sangue e pasto,
sacar da polidez e do claro orgulho,
usar palavras de cordeiro sabendo
que a pele de lobo segue na sacola,
mais vale usar a espada ou adaga,
verbo simples sem necessidades metafísicas,
descrições extensas e montanhas russas
de estilo e excelso labor,
e de um golpe só, seguro e lesto,
aplicar a lâmina na carne dessa gente
que se dedica a deglutir as grandes massas,
porcos criados no lamaçal capitalista,
animais destinados ao abate,
pela massiva vaga do povo.

Seria assim, seria,
mas a roda esmaga mais do que os grãos
e torna farinha a vontade - ou o desejo, o desejo,
um lume fundo a precisar de avivamento, ar e movimento.
A revolução! E tudo,
com ponto de exclamação,
passa pelo despojamento, mas falar disso é
pecado, crime, fingimento.
Declinar o cheiro do dinheiro,
passar por ele e bem,
não dar o cu quando os porcos se arrebitam.

Recusar cartola e fraque, honrarias,
declinar a pedinchice, aleivosias,
pelo menos pensar que pensar nisso
mudaria a ordem regular do universo,
como se importasse muito em que dia
se erguerá a liberdade.

O sonho do cínico derrotado.

Sergio Lavos


quarta-feira, 17 de junho de 2009

Porque venceste o 2º round, porque vencemos o 2º round ...

Estas palavras são para ti, porque temos quase esta batalha ganha (eu disse-te não disse ? eu sei, eu é que sei ...)



O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

Ainda a propósito da palavra ser de oiro ...

Notícia de última hora !!!
EXTRA EXTRA READ ALL ABOUT IT " (para os estrangeiros que lêem este blog).

Este cartaz está afixado no placard dos Laboratários Azevedos, nas suas instalações em Tires, e na Casa Cor de Rosa das "tias" do Restelo.
THIS POSTER IS UP ON THE BOARD IN LABORATÓRIOS AZEVEDOS, ADDRESSED IN TIRES, AND IN THE PINK HOUSE OF "THE AUNTS" AT RESTELO (para os estrangeiros que lêem este blog).

Paralelamente está a ser efectuado um trabalho de sensibilização das massas .
A WORK OF SENSIBILIZATION OF MASSES IS DONE PARALELY (para os estrangeiros que lêem este blog).

Tenho vários cartazes impressos que posso facultar a quem estiver interessado em sensibilizar as massas.
I HAVE SEVERAL POSTERS TO EVERYONE INTERESTED IN SENSIBILIZATION OF MASSES (para os estrangeiros que lêem este blog).

Bem hajam desde já pelo empenho e pela solidariedade, porque SER SOLIDÁRIO É SER FONTE DE GENTE !!!
THANK YOU FOR YOUR ENGAGEMENT AND SOLIDARITY. TO BE SOLIDARY IS TO BE A WELLSPRING OF PEOPLE! (para os estrangeiros que lêem este blog).

"O Silencio é de Oiro – a Palavra é de Prata!”

Quanto mais penso neste aforismo menos concordo com ele.

Eu daria sempre o ouro à palavra. A palavra pensada, responsável, que compreende, que conta, que vincula, que esclarece. De prata é o silêncio acobardado, que encobre, cala, consente e não esclarece.

Não nego ao silêncio, por vezes, o valor que lhe cabe quando é sinal de prudência, pudor, táctica até. Mas o silêncio é na maioria das vezes egoísmo, incompreensão, desinteresse, comodismo, oportunismo, medo, cobardia. É evidente que o compromisso também envolve medo, mas, medo assumido. Medo identificado é medo comandado, domável. Medo que empurra para a decisão, para o risco de viver sem máscaras.

Oiro poucas vezes para o silêncio, a maioria das vezes para a palavra. Por isso sempre que me é permitido escolher eu opto sem hesitar pela palavra.

Deixo-vos este video com "Palavras Repetidas" ...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Passam no meu protector de ecrã e estão no meu desktop as fotografias que trouxe comigo do mar. Por enquanto quase que sinto o seu cheiro mágico, que nos limpa e refresca o corpo e a alma. Por enquanto há ainda a sua imensidão no meu peito e alguma da sua serenidade dentro de mim.

Já aqui falei várias vezes da minha foquinha preta, ou seja da minha cadela Bianca. Companheira e cúmplice deste amor pelo mar. Ontem e hoje durante o percurso para o trabalho várias vezes a senti dentro do carro. Antes de sairmos para beber café, eu e o JC olhámos os dois para o banco de trás, e dissemos em uníssono: a Bianca fica ! Só que a Bianca não estava lá.

A Bianca voltou à sua vida normal, tal como nós. A Bianca não vê as minhas fotografias do mar. A Bianca está triste. Não come, e os seus olhitos demonstram como sente a falta dos donos durante o dia, e a falta do nosso mar.

Sempre gostei de animais, mas a minha Bianca é na verdade uma cadela muito especial. Levaria horas a contar-vos histórias que demonstram a veracidade destas minhas palavras, não me apetece no entanto hoje por aí alongar-me. Claro que não é perfeita, tem como todos nós alguns defeitos, como a dificuldade em lidar com crianças e a pouca simpatia para quem não conhece. É no entanto tão amiga, tão dedicada, tão boa companhia, que já me seria difícil conceber a minha vida sem ela.

Voltamos em Agosto Bibi, até lá todos nós nos temos de resignar à nossa vida ... de cão !!!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Porque ser solidário é ser fonte de gente !

Porque um país sem memória é um país sem futuro.
Porque é importante acarinhar quem teima em não esquecer nomes grandes da nossa música.
Porque seria bem mais fácil optar por outros caminhos e há quem teimosamente continue a apostar na música portuguesa de qualidade.
Porque é importante que as novas gerações não esqueçam os grandes nomes da música portuguesa.
Porque é assim que contra ventos e marés faz questão de estar na vida: Este não é mais um tributo a José Afonso. É o meu. O tributo de um músico de 31 anos que um dia descobriu a obra de Zeca Afonso e não mais a conseguiu deixar.
Pelas suas qualidades como cantor, músico e autor.
Pelas suas qualidades humanas.
Porque acreditamos no seu futuro como músico.
Porque ser solidário é ser fonte de gente.

Por isto tudo junta-te a nós e vem jantar connosco no próximo dia 25 de Junho na Taverna dos Trovadores em S. Pedro de Sintra.
Connosco estarão outros grandes nomes da música Portuguesa.
Prometemo-vos uma noite inesquecível.
Esperamos por ti. Vai ser a nossa festa, a festa da música portuguesa que teimamos em não esquecer. A solidariedade para com alguém que merece o nosso apoio. Até já.

Um gesto de amizade, um jantar de solidariedade, um espectáculo de emoções: pela gravação de um CD

domingo, 14 de junho de 2009

Talvez um dia

Se continuar a acreditar que todos nós temos capacidade de transformar sonhos em realidade.
Eu fique para sempre por lá.
Porque embora o tente ter sempre dentro de mim.

Preciso de o ver, de o ouvir de o sentir.

Trouxe-o comigo, mas a sua espuma desfaz-se tão rápidamente no ar ...

terça-feira, 9 de junho de 2009


Não Fora o Mar!

Não fora o mar,
e eu seria feliz na minha rua
neste primeiro andar da minha casa
a ver, de dia, o sol, de noite
a lua, calada, quieta, sem um golpe de asa.

Não fora o mar,
e seriam contados os meus passos,
tantos para viver, para morrer,
tantos os movimentos dos meus braços,
pequena angústia, pequeno prazer.

Não fora o mar,
e os seus sonhos seriam sem violência
como irisadas bolas de sabão,
efémero cristal, branca aparência,
e o resto — pingos de água em minha mão.

Não fora o mar,
e este cruel desejo de aventura
seria vaga música ao sol pôr
nem sequer brasa viva, queimadura,
pouco mais que o perfume duma flor.

Não fora o mar
e o longo apelo, o canto da sereia,
apenas ilusão, miragem,
breve canção, passo breve na areia,
desejo balbuciante de viagem.

Não fora o mar
e, resignada, em vez de olhar os astros
tudo o que é alto, inacessível, fundo,
cimos, castelos, torres, nuvens, mastros,
iria de olhos baixos pelo mundo.

Não fora o mar
e o meu canto seria flor e mel,
asa de borboleta, rouxinol,
e não rude halali, garra cruel,
Águia Real que desafia o sol.

Não fora o mar
e este potro selvagem, sem arção,
crinas ao vento, com arreio,
meu altivo, indomável coração,

Não fora o mar
e comeria à mão,
não fora o mar e aceitaria o freio.

(Fernanda de Castro)

domingo, 7 de junho de 2009

Será assim que estarei a partir de agora, e durante uma semana. Eu e o mar. Vou tocar o mar, e o mar como sempre fez, como sempre fará, irá tocar em mim. Sentir-me-ei tão leve como a sua espuma, e o meu coração baterá ao ritmo do seu movimento. Dentro de mim ficarão apenas as suas cores, os seus cheiros. Tomarei a sua força gigantesca como minha e com ela me arrumarei. Serenamente encontrarei respostas. Tranquilamente aniquilarei "ses", "talvez" e "porquês?", e certezas os substituirão dentro de mim.

Uma boa semana para todos, e ... até já !!!

sábado, 6 de junho de 2009

PARABÉNS !!!



Um dia bué de fixolas para ti e uma prendita:

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quem ama o seu trabalho arrisca-se a ser o melhor no que faz; mais ainda se o que fizer for a paixão de uma vida.

E quem nunca trabalhou no que ama? e quem não tem capacidade ou não quer amar ? e quem foi castrado, quem apesar de ser incapaz de viver sem amar o que faz, lhe impossibilitaram os meios, os motivos, as razões ?

É tão fácil reconhecê-los. Pelo brilho ou pela névoa ... nos olhos, na alma ...

P.S. Para quem a partir de hoje se irá dedicar profissionalmente em exclusivo à paixão de uma vida desejo a maior sorte do Mundo. Que o brilho nos olhos e na alma seja de tal maneira resplandecente que nos contagie, que nos ajude a aniquilar todas as névoas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Uma história de amor para ti, a minha bailarina ...


A história de uma bailarina e de um pirilampo

Havia uma bailarina. E havia também um pirilampo.

A bailarina morava na caixinha de música da prateleira da estante. O pirilampo morava ao lado, dentro da garrafa de vidro que o prendia naquele quarto.

Tão próximos quanto distantes, a bailarina e o pirilampo viam passar os dias.

Ela, de porcelana, girava sempre que davam corda à sua caixinha. Os braços erguidos, as pernas dobradas, na direcção daquele vidro, onde havia sempre luz, mesmo quando as luzes eram apagadas.

A bailarina dançava para ver o pirilampo brilhar. E ela parecia sorrir quando a noite se erguia no céu, porque era justamente no escuro, que os pequenos pontos luminosos se tornavam mais fascinantes.

Não havia lógica no seu raciocínio. Mas as bonecas de porcelana não raciocinam. Tudo o que ela sabia, era que pouco a pouco, havia nascido uma dependência. Algo desconhecido.

O pirilampo preso naquela garrafa, e ela, sua prisioneira. Ele iluminava os passos da dança decorada. Ela musicava os ritmos das piscadelas de luz. E a vida caminhava em frente. Noite após noite. Até ao dia em que a garrafa foi aberta. E o pirilampo ficou livre.

Liberdade não significa partir, mas apenas poder escolher entre fazer, ou não, essa partida. E o pirilampo não fez. Permaneceu batendo no vidro, como se casualmente chamasse alguém para partir com ele. Tudo o que ele sabia, era que pouco a pouco, havia nascido uma dependência. Um algo indecifrável.

A bailarina presa naquela caixinha de música, e o pirilampo, seu prisioneiro. Ela girando, vendo-o à sua espera, tentando entender; tentando achar um motivo que justificasse aquele peso na sua dança. A bailarina queria ter asas também. O som perdera a graciosidade. Até que o escuro perdeu completamente a luz. O pirilampo voou.

Naquela janela, acima da prateleira, atrás da mesma garrafa aberta, ele voou. Esperas de amor não duram para sempre. O pirilampo voou piscando. Como água que escorre entre as mãos. Como um balão ganhando o céu. Mas a caixinha de música continuou tocando na escuridão.

E ao ser aberta, contou o final da história. Porque onde supostamente haveria uma bailarina, havia somente o vazio. E um par de sapatilhas, girando sem dona.

PARABÉNS A VOCÊ !!!

Desejo-te um dia muito feliz amigo, tudo de bom para ti Zé !

quarta-feira, 3 de junho de 2009


Somos o dia por onde movemos
as mãos, a caminho de uma foz
uma estação, a última,
o comboio pára e o movimento não se
detém no fim da linha, outra carruagem
que nos espera e nos há-de levar à praia
tão cheia de gente burguesinha

e nós – oh, nós, tão burgueses,
submetemos a vida a uma precisão geral,
anafada, e percorremos o caminho
em direcção ao areal – pensamos no
filme onde imaginámos ver, a morte sobre a areia,
a morte comendo a juventude,
verme nojento a que demos uma casa,
a nossa casa, e o seu gume,
quando descemos ao longo de um fim de verão,
brinca com a paciência, testa-nos
a coragem e sobretudo a capacidade de submissão
à sua certeza e decisão.

Quietos, parados, lentos e dourados pelo sol,
contamos mentiras e regulamos a acidez que tempera
frases, nem de mais, nem de menos, medida certa,
como a daquela rapariga que se deita ao nosso lado
pedindo um pouco menos do que amor,
numa desfaçatez existencial desarmante -
o valor não é absoluto e de que valem os discursos
metafísicos perto da régua pura que mede
aqueles pulsos, braços,
quadrante das pernas, corte fundo no biquíni,
tapando a nudez de revista – e assim fica.

As regras estão escritas, e cada gesto novo
Repete o modo antigo, mas;

não será uma derrota assim tão grande
conhecer de coração as praias de infância,
a extensão de areia e os caniçais,
entrando lânguidos dentro da
mata nacional, a radiosa violência da urze,
a pele das pernas finas rasgada pelas giestas,
ao longe o mar, ao longe o mar,
o banho da tarde,
a água entre o regresso e a ameaça,
útero e morte, versos da mesma canção.

Não discordar, nunca discordar, dos que dizem
que desistimos – a idade adulta e os filhos
que ela nos oferece é o que de mais próximo teremos
da absolvição da felicidade; um testamento
que deixamos à próxima geração,
os nossos anos burgueses, bem gozados,
sereno simulacro de um verão.

Sérgio Lavos

terça-feira, 2 de junho de 2009

O inexplicável realmente existe ?


Um relâmpago? uma terrível tempestade ? um erro humano ? uma falha mecânica ? um OVNI ? um novo triângulo das Bermudas ? o inexplicável ? ou tudo tem uma explicação científica ?

Especialistas discutem as causas !!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

1 de Junho (Dia Mundial da Criança e dos Direitos Humanos)

Peço desculpa pelas imagens, mas é preciso abanar consciências. Estas crianças existem, são reais, e é imperioso acabar com esta chocante realidade.

Não queremos mais guerra, não queremos mais fome

Socorro entregaram-me ao carrrasco

1 de Junho (Dia Mundial da Criança e dos Direitos Humanos)

A escravatura foi abolida oficialmente em todo o mundo mas continua a ser um instrumento da vida contemporânea "largamente difundido e profundamente arreigado", segundo um relatório divulgado pela UNESCO no seu sítio da Internet.

Trata-se de uma obra do investigador britânico Joel Quirk, do Instituto Wilberforce para o Estudo da Escravatura e a Emancipação (WISE), elaborado a pedido do projecto UNESCO "A Rota do Escravo".

O documento começa por definir as diferentes formas de escravidão, fornece dados sobre a sua amplitude, estuda as diferenças e semelhanças entre as práticas históricas e contemporâneas de dominação e analisa as principais circunstâncias históricas que conduziram à sua abolição.

Socorrendo-se de casos registados em Portugal, Estados Unidos, República Dominicana, Haiti e Reino Unido, o trabalho passa em revista as principais limitações de abolição legal da escravatura.

Nas conclusões, sugere possíveis estratégias e recomendações, estruturadas em quatro grandes eixos de acção: educação, informação e sensibilização; continuação das reformas legislativas; aplicação efectiva da lei; libertação e reabilitação das vítimas e reparação das injustiças.