


SONETO DE TODOS OS CORNOS
Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c'roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
SONETO DA CÓPULA CANINA
Quando no estado natural vivia
Metida pelo mato a espécie humana,
Ai da gentil menina desumana,
Que à força a greta virginal abria!
Entrou o estado social um dia;
Manda a lei que o irmão não foda a mana,
É crime até chuchar uma sacana,
E pesa a excomunhão na sodomia:
Quanto, lascivos cães, sois mais ditosos!
Se na igreja gostais de uma cachorra,
Lá mesmo, ante o altar, fodeis gostosos:
Enquanto a linda moça, feita zorra,
Voltando a custo os olhos voluptuosos,
Põe no altar a vista, a idéia em porra.
2 comentários:
Prenda ZA, prendinha !
Mais uma gaja nua !
Quem é amiga, quem é ?
A nha Flober
Com a nha flober sou o rei
Tenho uma ganda apontaria
Até já acertei
Nas nalgas da tua tia.
Dizem que é mintira
Mas nã tás bem a ber
Nã preciso de ponto mira
Até acerto a correr
Não falho uma lata,
Esfrangalho qualquer bolota,
Até dou numa beata
Como daqui à Palhota
Com três chumbinhos no beiço
Dou uma bolta ó estendal
Dois deles acerto nas molas
e outro furo o lençol.
Podes crer que é berdade
Se tás parbo e descunfiado,
Eu acerto num papo-seco
Como daqui ó Pintiado
De flober e de bciclete
A apontar e a pedalar
Já acertei numa chiclete
Que tinha cuspido pró ar
Tás parbo e com azia?
Tal é a precisão!
Acerto num palito
Como daqui ao Poceirão.
Nã falho caricas, sou perfeito
Nã há quem imagine
Acerto mesmo a preceito
E abro logo uma mine
Com o cano apontado,
do parapeito da nha janela,
Acerto numa mosca
No castelo de Palmela.
E agora pra acabar
Só tenho uma coisa a dzer
Sou o melhor da flober
E quem me cuntrariar
Leba chumbo a baler.
Enviar um comentário