O dia amanheceu com profusão de cores e cheiros. Cheiros já conhecidos de outras lides, cores em cambiantes de verdes , azuis e dourados que nos faziam acreditar que seria mais um dia em que a natureza se sobreporia ao betão, trazendo-nos consequentemente aquela letargia do corpo e aquela limpeza da alma, que nos faz sentir tão bem. Contrariamente ao que tínhamos imaginado o calor não se fez sentir de modo a prejudicar a nossa terapia anti-stress. A amenidade da temperatura ambiente levou-nos a mim e à amiguita Fatela a experimentar as águas da barragem, tendo as duas em uníssono chegado à alegre conclusão de que água tão quentinha como aquela nem no Algarve. ZA e JC descomprimiram como já é habitual, tendo a quantidade de peixe pescado (12 kg) ajudado na terapia da descompressão do corpo e da alma. O almoço foi desta vez deglutido com o conforto merecido, com mesa e cadeiras, e as enguias e o choco frito estavam apetitosos o suficiente, para justificarem a fama da tasca do Sr. Zé. A Fatela conseguiu finalmente dominar na perfeição a técnica do assobio, tendo assim garantido a sua tão desejada viagem a Madrid, já no próximo mês de Julho, para ver o concerto da Shakira. Regressámos a casa cansados e felizes, esperando ansiosamente o dia da próxima pescaria.
À hora combinada fizemo-nos à estrada rumo a Santa Susana. Sempre atentos a carros suspeitos, tentámos não exceder os limites de velocidade. Chegados à barragem, demos conta que o nosso local habitual de pescaria já estava ocupado, o que nos levou a balbuciar inúmeras blasfémias tipo filhos da ... e outras dentro do mesmo género. Depois de escolhido o melhor local para o fim que nos tinha levado até lá, dispusemos tacticamente cadeiras e chapéus de sol, de modo a nos sentirmos bem confortáveis. O calor não era demasiado, e as carpas e os abletes corresponderam ao nosso chamamento. Para aproveitar bem o pouco tempo que tínhamos para a pesca, mandámos as gajas comprar as belas das enguias e do choco frito quando sentimos a barriga a dar horas, tendo o repasto sido a contento de todos. Os peixes começaram a picar mais amiúde depois de almoço como já é habitual, e o resultado da pescaria foi dentro das expectativas. Não fossem os fulanos das motos de água, que teimosamente passaram o dia todo bem junto de nós, o dia teria sido perfeito. Na próxima vez, teremos de escolher outro local para abancarmos, porque a poluição sonora e ambiental das motos de água, obrigou-nos a ambicionar inúmeras vezes durante o dia, termos ido apetrechados de uma fisga, utensílio que não nos esqueceremos de levar de próxima vez, estando nós convictos de que se os gajos levarem com uma bela de uma pedrada nos cornos, com certeza deixarão de nos estragar o dia. Para o dia ter sido perfeito, só faltou mesmo a visualização de resmas de gajas boas, mas olha que se lixe, oportunidades para esse tipo de pesca não nos faltarão com certeza.
4 comentários:
Até parece que foi escrito em parceria! lol
Amiga isto de tentar escrever como um gajo é bem mais dificil do que pode parecer à primeira vista, é que por muito que tentemos, a nossa mente nunca consegue ser tão pérfida como a deles ! lol
Eu continuo à espera "dessa" pesca... ;)
Eu continuo à espera "dessa" pesca... ;)
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