terça-feira, 6 de abril de 2010


Ontem dediquei um post a três pessoas que lembro e que muito me marcaram. O de hoje é dedicado a apenas uma.

Tinha em comum com Che o nome : Ernesto, e a ideologia política. Era o que se costuma chamar de "um homem bonito" e eu gostava especialmente da sua voz. Era-me extraordinariamente bonita a sua voz. Muitissimo inteligente, era um aguerrido defensor do progresso. Vibrava com a evolução tecnológica e dedicava-lhe entusiasmado grande parte do seu tempo. Foi um dos primeiros a ter televisão a cores e a comprar aquela quase aproximação ao computador a que se dava o nome de Spectrum. O enfarte do miocárdio que sofreu aos 45 anos modificou-o. Todos nós amamos a vida e ele ficou com medo de morrer.

Eu tinha seis anos, era filha única, mas deixei de ser importante até para mim própria. Importante mesmo era ele: o meu pai. Não se podia preocupar, não se podia cansar, nem sequer enervar ... sofria do coração !

Cinco anos depois foi-lhe diagnosticada uma doença terrivelmente incapacitante: esclerose em placas, que infelizmente para todos, evoluiu rápida demais. Quando me casei quase já não andava, quando nasceu o meu primeiro filho já nem as mãos conseguia mexer.

Tinha muitos amigos o meu pai, mas no fim dos seu dias poucos já lhe restavam. São assim as pessoas, têm memória curta. Talvez por isso eu teime em não me esquecer do bem que me fazem, e apague rapidamente da minha memória o mal com que alguns gostam de me presentear.

Foram muitos ao seu funeral. Todos eles insistiam em falar das suas qualidades, mas tirando eu, a minha mãe, alguma família mais chegada e um amigo que sempre o acompanhou, todos os outros a quem ele tanto deu, de quem ele tanto gostava, e de quem tanto falava, o abandonaram em vida.

Ensinou-me muita coisa o meu pai ...

P.S. Imagem retirada da net (agradeço ao anónimo(a) que teve a amabilidade de comentar o meu post anterior chamando a atenção para o facto de não ter identificado a fonte de onde foram retiradas algumas partes do texto que ontem escrevi. Foi esquecimento da minha parte, esquecimento do qual peço desde já desculpa a quem se sentiu lesado)

5 comentários:

Anónimo disse...

Se foi esquecimento, agradeço que reponha a verdadeira origem do texto.

A CONCORRÊNCIA disse...

O link para o texto original de onde foram extraidas algumas partes do post anterior está no seu comentário carissimo "anónimo (a) ", não vejo portanto necessidade de voltar a colocá-lo.

A CONCORRÊNCIA disse...

Espero não ter de voltar a escrever sobre "bullying " a palavra que agora tão em voga está quando queremos falar em perseguição.

Anónimo disse...

Plagiar o trabalho de terceiros, sem colocar os devidos créditos, é eticamente incorrecto. O mínimo que poderia fazer sobre o seu post, era repor a verdade, fazendo justiça à real autora do mesmo.

Não se trata de perseguir ninguém.

A CONCORRÊNCIA disse...

Escrever sobre o escudo de anónimo é no minimo ser um grande cobarde. Leva-nos a perguntar o porquê de tentar esconder a verdadeira identidade. Se não tem vida própria nem consegue arranjá-la procure outra saida, perseguir os outros não me parece uma boa maneira de preencher os seus vazios.