segunda-feira, 26 de maio de 2008

Hoje atropelei o Pantufa !

O Pantufa é o gato da Cachorrita.
Deu-lho uma colega minha de trabalho há 15 anos. Não é um gato muito dócil, mas é o nosso gato. Além disso é um gato que fala, ou quase fala, diz bom dia quando entra em casa (se ouvissem o miar dele saberiam que não estou a exagerar).

Aliás eu tenho dois fenómenos no meu pequeno jardim zoológico particular, o Pantufa que é o único gato que fala, e ainda por cima em português, e o Freddy que é o único cão que ri. É verdade não estou a brincar, ainda um dia vos hei-de mostrar o cão que ri e espero também conseguir mostrar o gato que fala.

Hoje estava em dia não, depressão profunda mesmo, vinha para casa a pensar naquela canção do Rui Veloso, e como ela expressa tão bem o que sinto nestes dias "Não queiras saber de mim, esta noite não estou cá ... Quando a tristeza bate, pior do que eu não há". Passei o portão e arrumei o carro na garagem, aí o João diz-me : acabaste de atropelar o Pantufa, acertas-te-lhe mesmo em cheio com a roda de trás ! A tristeza imediatamente se transformou em quase pânico.

Procurámos o gato mas não o víamos em lado nenhum, porque afinal quem devia estar em pânico era ele e não eu. Quando comecei a chamar pelo Pantufa, a Bianca, (outro fenómeno, os cães não conseguem fixar nomes, mas a Bianca sabe muito bem quem é a Joana, quem é a Dona, e pelos vistos também sabe quem é o Pantufa) levou-me para junto dos feijões, e lá bem escondido no meio estava o meu gatito. Fugiu quando o tentámos apanhar, para o quintal de vizinha, a coxear das patas de trás. Levei-o ao veterinário que me disse ter a sensação que não seria nada de extremamente grave, deu-lhe uma injecção e aconselhou-me a aguardar até amanhã, porque lhe parecia que o gato estava apenas dorido, amanhã se não estiver melhor terá de ser radiografado, não vá ter os ossos da bacia partidos, embora num gato com a idade do Pantufa não seja muito aconselhável qualquer operação. Está agora deitado na minha cama (coisa que lhe é proibida) entre as almofadas, dei-lhe comida à boca que ele comeu com satisfação o que me pareceu ser um bom agouro, passou-me a depressão e fiquei apenas com a preocupação. Não há dúvida que há pessoas que têm tendência para dar grande importância a coisas que afinal se pensarmos bem até não têm importância nenhuma, é preciso ás vezes um abanão bem forte para nos lembrarmos que a vida são dois dias e que temos que os viver em pleno.

2 comentários:

zmsantos disse...

Decerto que o atropelamento do "gato-que-fala-mas-não-ouve" não se deveu ao facto de estares deprimida. São coisas que acontecem. Ele também já está velhote, e nem se apercebeu do veículo em cima dele.
As melhoras do Pantufa, e beijinho para ti

Zé dos Anzóis disse...

É o que dá gajas a conduzirem. Bicho escolhe mas é outro quintal, muda-te para o Iraque, qualquer coisa deve ser mais segura, sobretudo agora que já estás velho e não tens mais a agilidade para fugir dos atropelamentos, como o conseguiste fazer durante tantos anos.
Za