terça-feira, 7 de junho de 2011


Texto de Pedro Branco


Cidade da solidão

Falamos de uma cidade cheia. De passos apressados e de mãos que se procuram nos desencontros onde as vozes se confundem. De silêncios em demasia. Nem o teu sussurro me acordou. Tinha-me deixado cair numa parede demasiadamente vazia. O meu corpo era uma folha à mercê do tempo. Os meus olhos rios feitos esgotos. Os meus braços apenas pó... Nesta cidade cheia não existem fotografias. Os passeios são baús a abarrotar de memórias e lágrimas. As estradas feitas labirintos assassinos e escombros do peito. Não havia janelas. Muito menos portas. Nesta cidade de dentro da solidão só existo eu...

Pedro Branco

2 comentários:

Pedro Branco disse...

Fico sempre emocionado e sinto-me muito honrado quando alguém escolhe e publica um texto meu. Acho que ficou muito bem com esta fotografia. Beijinho grande!

A CONCORRÊNCIA disse...

És mágico com as palavras e ontem estas diziam tudo o que eu sentia, por isso as escolhi,e também porque nunca conseguiria expressar-me assim. Sabes com toda a certeza, mas nunca é demais dizer-te, eu é que sinto um grande orgulho em ter-te como amigo, não só pela extraordinariamente bonita maneira como sabes exprimir sentimentos, mas também pelo ser humano lindo que és. Beijo e sorriso que há muito tempo não te dava nem um nem outro.