Esqueça o produto interno bruto, o indicador que povoa os sonhos e os pesadelos dos economistas - e os nossos, por tabela. Há quem prefira medir o grau de felicidade dos povos. E é bem capaz de ter razão.
Ruut Veenhoven estudou Sociologia, é psicólogo social, sexólogo social e professor emérito das "condições sociais para a felicidade humana" na Universidade de Erasmus, em Roterdão, na Holanda. É ainda director da Base de Dados Mundial da Felicidade e do "Journal of Happiness Studies". Cada um estuda o que bem lhe apetece e há malucos para tudo. Não deixa de ser verdade. Há anos, alguém me explicava, com grande empenho, o trabalho de um investigador que durante anos estudou a vida sexual dos caracóis algures no Alentejo. E não era anedota.
Mas pensando bem, se é verdade que a vida sexual dos caracóis, até prova em contrário, não acrescenta grande coisa à felicidade dos homens (com excepção daqueles que a estudam), o mesmo não se pode dizer do trabalho de quem investiga aquilo que nos faz mais felizes - ou menos. E o PIB, tomando por base os estudos de Veenhoven e da sua equipa, não tem necessariamente uma relação causa/efeito com a nossa felicidade. Basta olhar para o Top 5 das populações que se dizem mais felizes do mundo nestes primeiros anos do século 21: as da Islândia, da Dinamarca, da Colômbia, da Suíça e do México.
Alguém adivinharia que a terceira população mais feliz do mundo vive no país que é o maior produtor de coca do planeta (cerca de 535 toneladas por ano)? Os cínicos dirão que será da "pedra". Mas a Colômbia é também o país com a maior taxa de homicídios per capita, a esmagadora maioria relacionados com o crime organizado. E o PIB per capita não é com certeza razão para tanta felicidade. A média por cada colombiano rondou, no ano passado, os 8900 dólares, contra os 21 800 dólares de cada português (só para não comparar com os felizes suíços ou dinamarqueses).
E os portugueses serão felizes? Na base de dados de Veenhoven não são infelizes, mas também não se pode dizer que se considerem felizes. Numa escala de 0 a 10, nós por cá ficamo-nos pelos 5,7, ocupando o meio da tabela entre os 144 países analisados. Mas temos vindo por aí abaixo no gráfico de satisfação.
Ou seja, o PIB, definitivamente, não serve para medir a felicidade dos povos e, dirão os mais radicais, não serve sequer como indicador-chave para conduzir os povos à felicidade.
Talvez devêssemos seguir a experiência do Butão, que em vez do PIB, mede a FIB, a felicidade interna bruta. E não tem dado maus resultados. Em 2006, num estudo realizado pela universidade inglesa de Leicester, a pequena monarquia onde a televisão e o primeiro semáforo só chegaram há dez anos, era a oitava nação mais feliz do mundo.
Ruut Veenhoven estudou Sociologia, é psicólogo social, sexólogo social e professor emérito das "condições sociais para a felicidade humana" na Universidade de Erasmus, em Roterdão, na Holanda. É ainda director da Base de Dados Mundial da Felicidade e do "Journal of Happiness Studies". Cada um estuda o que bem lhe apetece e há malucos para tudo. Não deixa de ser verdade. Há anos, alguém me explicava, com grande empenho, o trabalho de um investigador que durante anos estudou a vida sexual dos caracóis algures no Alentejo. E não era anedota.
Mas pensando bem, se é verdade que a vida sexual dos caracóis, até prova em contrário, não acrescenta grande coisa à felicidade dos homens (com excepção daqueles que a estudam), o mesmo não se pode dizer do trabalho de quem investiga aquilo que nos faz mais felizes - ou menos. E o PIB, tomando por base os estudos de Veenhoven e da sua equipa, não tem necessariamente uma relação causa/efeito com a nossa felicidade. Basta olhar para o Top 5 das populações que se dizem mais felizes do mundo nestes primeiros anos do século 21: as da Islândia, da Dinamarca, da Colômbia, da Suíça e do México.
Alguém adivinharia que a terceira população mais feliz do mundo vive no país que é o maior produtor de coca do planeta (cerca de 535 toneladas por ano)? Os cínicos dirão que será da "pedra". Mas a Colômbia é também o país com a maior taxa de homicídios per capita, a esmagadora maioria relacionados com o crime organizado. E o PIB per capita não é com certeza razão para tanta felicidade. A média por cada colombiano rondou, no ano passado, os 8900 dólares, contra os 21 800 dólares de cada português (só para não comparar com os felizes suíços ou dinamarqueses).
E os portugueses serão felizes? Na base de dados de Veenhoven não são infelizes, mas também não se pode dizer que se considerem felizes. Numa escala de 0 a 10, nós por cá ficamo-nos pelos 5,7, ocupando o meio da tabela entre os 144 países analisados. Mas temos vindo por aí abaixo no gráfico de satisfação.
Ou seja, o PIB, definitivamente, não serve para medir a felicidade dos povos e, dirão os mais radicais, não serve sequer como indicador-chave para conduzir os povos à felicidade.
Talvez devêssemos seguir a experiência do Butão, que em vez do PIB, mede a FIB, a felicidade interna bruta. E não tem dado maus resultados. Em 2006, num estudo realizado pela universidade inglesa de Leicester, a pequena monarquia onde a televisão e o primeiro semáforo só chegaram há dez anos, era a oitava nação mais feliz do mundo.
Veja aqui a geografia da felicidade, num mapa da Universidade Erasmus de Roterdão.
Foto e texto retirados de IONLINE
Sem comentários:
Enviar um comentário