segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dormência


O trivial roubou o meu espírito sem ritual ou gentileza
Levou as minhas frágeis esperanças
O trivial comeu as minhas vestes coloridas
Deixando uniformes para os dias cinzentos
Abafou as canções que acariciavam os meus ouvidos
Rompeu-se em ruídos de progresso

O trivial conformou-me em cidadã
Achatou-me nas estatísticas sociáveis
O trivial aproximou-me das animadas conversas
Colocou-me no meio da multidão de frases tolas
Censurou-me com os seus braços rijos
Embalando-me com rotinas e justas gratificações

Olhou-me com racionalidade e doutrinou-me
Embaçou os meus afectos e castrou-me as lágrimas
Mastigou as minhas tormentas e angústias
O trivial anestesiou os meus sonhos incontidos
Agora desço as escadas e já não sofro mais
Vomito o trivial para dele alimentar-me novamente

Sérgio Dantas

e fico-me nesta estúpida dormência com que me defendo ...

4 comentários:

Maria disse...

É segunda-feira. Estás perdoada...

:)))

Beijos

Leticia Gabian disse...

Hehehe... Maroca no seu melhor!!!!!

Muito forte esse texto, Isabelita!
Mas, na vida a gente tem que aprender a saborear o café mais amargo.

Que o resto da tua segunda-feira tenha mais açúcar.

Beijo grande

Joana Correia disse...

Dorme Mammy!
Aamnhã o dia vai ser bem melhor.

Beijo grande

A CONCORRÊNCIA disse...

Obrigada Maria deu-me bastante jeito estar perdoada ontem ;)...

Hoje já é terça Letícia, possaras há muito tempo que não tinha um segunda feira assim ...

Já dormi Filhota, e não é que estou bem melhor ? :)

Beijuus ás três, bué deles