quinta-feira, 18 de junho de 2009

Loucura, insanidade mental, estupidez, ignorância, falta de discernimento. Começou ontem à tarde. Tentei ignorar. Tentei e quase consegui.

Loucura, insanidade mental, estupidez, ignorância, falta de discernimento. Hoje o 2º capítulo. 8,30 h da manhã, depois da chave rodar na fechadura da porta, das luzes acesas, dos passos pelo corredor, a minha secretária. Sobre ela uma folha branca com loucura a negro. As mesmas ordens insanas de ontem. Antes de ontem as palavras eram outras, mas uma coisa tinham em comum, todas eram palavras sem nexo, palavras pertubadoramente loucas. Amanhã serão as mesmas ou diferentes, mas a loucura estará lá.

Loucura, insanidade, estupidez, ignorância, falta de discernimento. Tudo isto agravando-se com o tempo, até se tornar insuportável, até se tornar quase impossível esta minha teimosa tentativa de não ser absorvida pelo sem nexo. É cada vez mais difícil esta minha luta por me tentar manter mentalmente sã.

Hoje vou inspirar e expirar profundamente em cada abordagem. Contarei lentamente até dez antes das palavras saírem de dentro de mim. E se acreditasse em Deus pediria-lhe para que o meu dia acabasse em paz. Será que vencerei ou ser vencida ? On vera, on vera ...


Não vale a pena usar
fraque e cartola
quando se mergulha as mãos em sangue e pasto,
sacar da polidez e do claro orgulho,
usar palavras de cordeiro sabendo
que a pele de lobo segue na sacola,
mais vale usar a espada ou adaga,
verbo simples sem necessidades metafísicas,
descrições extensas e montanhas russas
de estilo e excelso labor,
e de um golpe só, seguro e lesto,
aplicar a lâmina na carne dessa gente
que se dedica a deglutir as grandes massas,
porcos criados no lamaçal capitalista,
animais destinados ao abate,
pela massiva vaga do povo.

Seria assim, seria,
mas a roda esmaga mais do que os grãos
e torna farinha a vontade - ou o desejo, o desejo,
um lume fundo a precisar de avivamento, ar e movimento.
A revolução! E tudo,
com ponto de exclamação,
passa pelo despojamento, mas falar disso é
pecado, crime, fingimento.
Declinar o cheiro do dinheiro,
passar por ele e bem,
não dar o cu quando os porcos se arrebitam.

Recusar cartola e fraque, honrarias,
declinar a pedinchice, aleivosias,
pelo menos pensar que pensar nisso
mudaria a ordem regular do universo,
como se importasse muito em que dia
se erguerá a liberdade.

O sonho do cínico derrotado.

Sergio Lavos


5 comentários:

Maria disse...

Quando alguém quer um disco rígido que queimou há oito ou nove anos só pode ser porque é muito criativa e quer fazer dele uma peça única, quem sabe se adornado com unhas de gel...
Imaginas o quadro que daria?
Ah, e unhas de gel de várias cores...

Beijoca

MisteriosaLua disse...

Um disco rigído pode dar um cinzeiro muita giro!
Ou uma cestinha de frasquinhos de verniz!...

A CONCORRÊNCIA disse...

Por acaso nenhuma de vocês tem um disco rigido queimado já bastante idoso e que não tenham aproveitado para fazer uma peça única criativa, um cinzeiro, ou uma cestinha de frasquinhos de verniz ? Se tiverem e me o quiserem oferecer eu posso sempre dizer à Sra. D. Maluca que encontrei o dito, ela sabe lá se é o original ou não, e eu fico com o meu GRANDE PROBLEMA resolvido ...

Beijos miudas

Rogério Charraz disse...

A contra a dita a gente GRITA!

A CONCORRÊNCIA disse...

Sabes bem que eu gritar grito, mas só gritar não resolve, ou resolve muito pouco.

Tivesse eu meios e capacidades para resolver de uma vez para sempre o que devia ser resolvido ... mas não tenho, né ? Talvez um dia ...

Entretanto vou falando, escrevendo, gritando, as minhas únicas armas de momento.