segunda-feira, 13 de abril de 2009

Sinto frio. Olho para dentro de mim. Tento vislumbrar o Sol. Sinto apenas aquele raio de Sol, o que sempre me acompanha, o que por mais cinzento que se apresente o horizonte, teimosamente trespassa as nuvens e brilha para mim. Outros pedaços de Sol esporadicamente me vão sorrindo aqui e ali, me vão tentando aquecer, mas por vezes quase não os sinto. As nuvens que teimosamente me acompanham, tornaram-se tão negras que quase os ocultaram. Desfizeram-se em água as nuvens, e eu sem conseguir encontrar um refúgio, sinto o frio que elas deixaram em mim. É tão difícil suportar este frio, este céu cinzento. É-me urgente encontrar um lugar onde o Sol brilhe, onde os seus raios me acariciem e me aqueçam. Sinto frio e estou cansada do frio. As nuvens desfazendo-se em chuva teimam em pairar sobre mim, molhando e inundando a minha alma. Lá encima o meu pedaço de Sol, aquele que sempre me acompanha, diz-me sorrindo como só ele me sabe sorrir, anda vamos procurar o arco-íris. Sigo-o tentando não sentir o frio. Sigo-o tentando não olhar para o cinzento do céu. Não sei quanto tempo durará a nossa viagem, sei apenas que ainda voltaremos a encontrar o arco-íris. É esta esperança de voltar a ver o arco-íris que me faz não sucumbir ao frio. É esta esperança de voltar a ver o arco-íris que me dá forças para aniquilar as nuvens que pairam sobre mim.

5 comentários:

Joana Correia disse...

Já não Vivo, Só Penso

Já não vivo, só penso. E o pensamento
é uma teia confusa, complicada,
uma renda subtil feita de nada:
de nuvens, de crepúsculos, de vento.

Tudo é silêncio. O arco-íris é cinzento,
e eu cada vez mais vaga, mais alheada.
Percorro o céu e a terra aqui sentada,
sem uma voz, um olhar, um movimento.

Terei morrido já sem o saber?
Seria bom mas não, não pode ser,
ainda me sinto presa por mil laços,

ainda sinto na pele o sol e a lua,
ouço a chuva cair na minha rua,
e a vida ainda me aperta nos seus braços.

Fernanda de Castro, in "E Eu, Saudosa, Saudosa"

Enquanto sentirmos na pele o sol e a lua, vale a pena sorrir!
Mammy, vamos sorrir para a vida, para a vida nos sorrir. Amanhã é outro dia!

Adoro-te!!!

Beijo grande e carinhoso

Leticia Gabian disse...

Isabelita,
A natureza tem os seus dias de NÃO. Tenta abstrair...Pois, o frio cinzento não é mais poderoso que o azul ensolarado, aquele que trazemos dentro da nossa alma cheia de SIM.

Beijo enorme, enorme...Do tamanho do sol

MisteriosaLua disse...

Quem tem frio, arranja um cobertor! Ou uma lareira! Ou uma braseira! Ou um cobertor eléctrico!
O que faz quem tem ganas de se atirar ao pescoço de uma avó intrometida?

Maria disse...

Num impulso liguei-te e não me atendeste.
Leio agora por aqui os comentários e fico menos agoniada...
Seguramente a esta hora já passou...

Um beijo

A CONCORRÊNCIA disse...

Todos os dias tento sorrir, todos os dias tento abstrair-me do que me preocupa, do que me perturba. Umas vezes consigo, outras não. Estou melhor hoje, amanhã tentarei estar melhor ainda ...

Beijos grandes a todas vocês que me ajudam a afastar as nuvens quando a tempestade impiedosa cai sobre mim.