"Minha mãe era uma pessoa silenciosa, capaz de dissimular-se entre os móveis, de perder-se no desenho do tapete, de não fazer o menor ruído, como se não existisse; contudo, na intimidade do quarto que dividíamos, ela se transformava. Começava a falar do passado ou a narrar as suas histórias, e então o aposento se enchia de luz, desapareciam as paredes, dando lugar a incríveis paisagens, palácios abarrotados de objectos nunca vistos, países longínquos inventados por ela ou tirados da biblioteca do patrão; colocava a meus pés todos os tesouros do Oriente, a lua e mais ainda. Reduzia-me ao tamanho de uma formiga, para eu sentir o universo a partir da minha pequenez, punha-me asas para vê-lo a partir do firmamento, dava-me uma cauda de peixe para conhecer o fundo do mar"
Isabel Allende em Eva Luna
Há mães assim, há mães diferentes. Comum a todas o dar asas para sentir o universo, ou caudas de peixe para conhecer o fundo do mar. Comum a todas a entrega total.
Isabel Allende em Eva Luna
Há mães assim, há mães diferentes. Comum a todas o dar asas para sentir o universo, ou caudas de peixe para conhecer o fundo do mar. Comum a todas a entrega total.
4 comentários:
E o maior exercício para uma mãe é saber assistir ao vôo, sempre pronta para acudir em caso de possíveis panes, mas respeitando a autonomia do "piloto".
Lindo trecho da Isabel Allende.
Beijo grande
Isabel também me agrada.
Neste Dia contra a Violência de Género deixo votos de harmonia com a vida.
Tudo de bom.
Comum a "quase" todas a entrega total.
Digo eu...
Beijos
Exercício bem complicado Letícia, exige uma grande esforço da nossa parte, né Amiga ?
Benvinda São,gostei que passases por aqui, e pelo menos uma coisa já temos em comum, gostamos ambas de Isabel Allende.
Sim Maria, tens razão, há MÂES e mães. Infelizmente há de tudo na vida.
Beijos ás três
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