quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A história de Cagari-cagaró e de Ralo-me-com-tudo

Há muitos, muitos anos, existiram dois meninos gémeos, daqueles que até os próprios pais têm dificuldade em diferenciar. Eram tão iguais fisicamente, como diferentes eram em personalidade. Os nomes utilizados nesses tempos era bem diferentes daqueles a que estamos habituados, assim um foi baptizado de Cagari-cagaró e o outro de Ralo-me-com-tudo. Curiosamente e vá-se lá saber porquê os nomes coincidiam com a maneira de ser de cada uma das crianças. Claro que o Cagari-cagaró era bem mais feliz que o outro, levando a sua vida sem preocupações de maior. Um certo dia apareceu na aldeia onde viviam uma personagem recambolesca, ninguém sabia de onde tinha vindo, mas todos depressa descobriram ao que tinha vindo. Tudo o que dizia tinha apenas um único intuito, fazer com que o seu interlocutor ficasse fora de si, inventava histórias extraordinárias com um único propósito, o de aborrecer o próximo. Já todos o evitavam, escondiam-se, tapavam os ouvidos quando ele falava, mas nada o parava.

Naquela manhã resolveu que estava na altura de aborrecer os gémeos. Procura-os por todo o lado e quando os encontra diz-lhes : sabem uma coisa ? aproxima-se uma enorme tempestade, não vai demorar uma hora a chegar aqui, acho melhor tentarem abrigar-se de qualquer maneira. Cagari-cagaró não ligou nenhuma ás palavras do estranho individuo, mas Ralo-me-com-tudo imediatamente começou a olhar à sua volta, tentando encontrar um sitio onde ficasse a salvo da intempérie. Os meninos tiveram nesse momento a primeira e única discussão da vida deles, e sem conseguirem chegar a acordo, um abrigou-se da hipotética tempestade numa casa abandonada que encontrou nas redondezas, o outro seguiu tranquilamente o seu caminho. Só que nesse dia e vá-se lá saber porquê, tinha passado por ali alguém que tinha perdido um baú cheio de notas. Ora quem de nós nunca sonhou encontrar um baú cheio de notas ? Cagari-cagaró não cabia em si de contente quando à noite (Ralo-me-com-tudo só percebeu que tinha sido enganado já o Sol se punha no horizonte) contou ao irmão o que tinha encontrado.


Moral da história : a partir de hoje vou tentar ser Cagari-cagaró, é que é bué da melhor, sem dúvida nenhuma.
P.S.
Já há muito tempo que ando a tentar, mas com esta história que acabei de inventar parece-me que consegui finalmente convencer-me a mim mesma.

7 comentários:

Anónimo disse...

Minha querida,

Adorei a tua história!
Acho que vou seguir o teu conselho... assumindo também, a partir de hoje o papel de cagari-cagaró!
O pior é que acho que não consigo.
Não é defeito, é feitio:)
Sabes, tenho um amigo que utiliza imenso essa expressão diáriamente.
Sempre achei imensa piada à mesma.
Será que ele é um dos gémeos?! :)
Que idade têm esse gémeos?!
O meu amigo tem 45!
Um beijinho grande querida
Andreia Vilarinho Flórido

zmsantos disse...

Olha amiga, estive a reflectir sobre a tua história. Reflecti, reflecti, tornei a reflectir, e sabes a que conclusão cheguei?

É que o melhor mesmo é ser: Cagari-com-tudo! :)

Beijos.

Leticia Gabian disse...

Olha....Eu tenho lá os meus dias de Cagari-cagaró (em maior número, sim, graças a Deus!), mas há aqueles de Ralo-me-com-tudo (são dias nos quais me permito ser invadida por algum sabotador...E aí a vida perde muito da sua boa qualidade), vem o medo de viver, aparecem todas as inseguranças possíveis...Uma verdadeira desordem emocional...Uma grande desestruturação...E a ssim é.

Beijo grande, querida

Carol disse...

Isabelita,

Eu ainda não consegui atingir o estado de "cagari-cagaró" ... sou mais do tipo "ralo-me com tudo" ... para que tudo saia bem, para que todos estejam bem, para que se sintam bem e confortáveis ...

Mas em muitas situações já começo a achar que vou tendo a postura de cagari-cagaró ... talvez seja devido a alguma maturidade que vamos tendo com a idade ...

Beijocas grandes,

Unknown disse...

VAI MAZÉ PÓ CAGARI CAGARÓ

Unknown disse...

VAO TODOS PÓ CAGARÍ CAGARÓ

Unknown disse...

Moral da História:





















VAI MAZÉ PÓ CAGARÍ CAGARÓ