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Era uma vez uma Menina que vivia numa terra onde fazia muito frio (mesmo no meio da Serra da Estrela) e por isso a sua mãe resolveu oferecer-lhe uma capa, feita da lã das ovelhas que lhes asseguravam o sustento. Como na família eram todos do SLB, apesar de todos os desgostos que o clube teimava em oferecer aos mais de 130.000 associados, a mãe da menina tingiu a capa daquele vermelho lindo que tanto amamos, sem ás vezes compreendermos muito bem porquê. Ficava tão linda a menina assim vestida que na aldeia onde vivia todos passaram a chamar-lhe Capuchinho Vermelho. A Avó da Capuchinho Vermelho tinha uma fábrica de queijos artesanais numa quinta um bocadinho distante do local onde vivia a Menina, e assim um dia em que a velha senhora estava com uma valente gripe, a mãe da Capuchinho Vermelho arranjou um cestinho com Ben-u-rons, Xarope para a tosse e pastilhas para a garganta e pediu à Menina para levar o cesto a casa da avózinha. Capuchinho Vermelho começou então a sua caminhada até à quinta da Idosa Senhora. Ia ela absorta nas suas preocupações que naquele momento eram básicamente tentar arranjar uma solução para que o seu clube do coração lhe passasse a dar uma alegria de vez em quando, eis que de repente se aproxima um carro estranho, com uns vidros tão escuros que não permitiam ver quem lá ia dentro, deixando a criança incapaz de se mexer com o susto. Ao passar junto à Menina abre-se uma das janelas da viatura e lá dentro para espanto da criança surge um estranho indivíduo com um passa-montanhas na cabeça, que apenas lhe destapa os olhos e a boca. Essa estranha figura pergunta então à Menina : onde vais Capuchinho Vermelho ? E a criança responde-lhe a medo: vou a casa da minha avózinha que está muito constipada ! E quem é a tua avózinha ? É a D. Joaquina que tem uma fábrica de queijos da Serra artesanais que por acaso são uma delícia? A Menina diz-lhe que sim com a cabeça e o estranho carro parte então a grande velocidade no sentido da quinta da D. Joaquina. A Menina tenta apressar o passo com medo do que poderia estar a acontecer à sua Avó, e quando finalmente chega a casa desta, vê o encapuçado lá dentro e nem sinal da idosa senhora. Então a medo pergunta: porquê é que tens essa coisa estranha na cabeça ? O desconhecido explica-lhe que tem ordens superiores para andar assim vestido, e que é com aquela aparência que costuma visitar muitos locais como restaurante e bares, notando no entanto que causa sempre alguma intimidação nas pessoas que o vêm, mas que quando depois mostra a identificação, as pessoas ficam logo muito menos assustadas. A Menina que estava assustada de morte pede-lhe então a identificação só no intuito de ficar menos nervosa, e é então que percebe que o indivíduo é funcionário da ASAE. Quando lhe pergunta pela Avózinha fica a saber que a Senhora está fechada numa dependência da casa agarrada aos seus maravilhosos queijos, pois a ASAE os quer confiscar, por estarem contaminados pela gripe . Costumava passear-se por ali um Maestro, também ele vermelho por dentro e por fora, que alertado pela estranha viatura resolve entrar na casa da D. Joaquina. Abre a porta de rompante e depara-se com aquele estranho espectáculo. Depois de inteirado do que ali se passava, sábiamente diz: vamos lá tentar resolver isto da melhor maneira, a Avózinha dá-te metade dos queijos, tu vais para Presidente do SLB e eu continuo a jogar até aos cem anos. Depois de uns breves momentos de silêncio, o encapuçado responde que está de acordo com a troca. O Maestro convicto de que é impossível o Benfica ficar em pior situação que aquela que tem hoje em dia, e a Avózinha que acha que é melhor ficar com metade dos queijos que ficar sem nenhum rejubilam com a resposta do inspector da ASAE matando-se assim dois coelhos de uma cajadada para grande alegria da nossa Capuchinho Vermelho.
MORAL DA HISTÓRIA: não há ninguém que não seja comprável. O valor apenas difere de pessoa para pessoa. No caso do SLB e daqueles que teimosamente continuam a tentar dar continuação a produtos que fazem parte da tradição e da cultura do nosso País as fasquias estão tão elevadas que dificilmente alguém conseguirá contrariar a evolução natural dos acontecimentos.
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O inspector da ASAE protagonista desta história sem passa-montanhas
Nota:
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Tive como inspiração para escrever esta história a notícia de que os inspectores da ASAE fazem as suas fiscalizações fardados conforme pode ser visualizado na foto ao lado.
"O uso dos passa-montanhas é mal visto pelos empresários e pelos próprios clientes, que vêm falar connosco. Toda a gente fica intimidada e os espaços, mesmo que não tenham problemas, ficam catalogados como de alto risco com todo aquele aparato. Chega a parecer um cenário de guerra", disse, ao JN, António Fonseca, presidente da ABZHP.
4 comentários:
Miga, já recebi o mail da tua filha, obrigada às duas, está muito giro! Para que não restem confusões, o meu mail e msn está no meu blog.
Besitos às duas!
ó minha cadela.
Eu já sei qual é a minha cruz, por isso poupa-me.
Á certas personagens que nunca terão espaço no GLORIOSO SLB.
Esta história não tem ?????????????
SOCORRROOOOOOOOOO estão-me a levar para o Telhal.
JCorreia
Miguita, mais uma vez tenho de te dar os parabéns pelo teu poder de imaginação!
Está fabulástica!
Besitos
Querida Concorrência,
Se todos tivéssemos preço, já há muito que não éramos tão devotos a este maravilhoso clube.
E isso não é uma história, é um pesadelo!
Lá diz o povo, eu não acredito, mas "que l`ASAE"...
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