domingo, 13 de abril de 2008

A história da Capuchinho Vermelho reinventada


Era uma vez uma Menina que vivia numa terra onde fazia muito frio (mesmo no meio da Serra da Estrela) e por isso a sua mãe resolveu oferecer-lhe uma capa, feita da lã das ovelhas que lhes asseguravam o sustento. Como na família eram todos do SLB, apesar de todos os desgostos que o clube teimava em oferecer aos mais de 130.000 associados, a mãe da menina tingiu a capa daquele vermelho lindo que tanto amamos, sem ás vezes compreendermos muito bem porquê. Ficava tão linda a menina assim vestida que na aldeia onde vivia todos passaram a chamar-lhe Capuchinho Vermelho. A Avó da Capuchinho Vermelho tinha uma fábrica de queijos artesanais numa quinta um bocadinho distante do local onde vivia a Menina, e assim um dia em que a velha senhora estava com uma valente gripe, a mãe da Capuchinho Vermelho arranjou um cestinho com Ben-u-rons, Xarope para a tosse e pastilhas para a garganta e pediu à Menina para levar o cesto a casa da avózinha. Capuchinho Vermelho começou então a sua caminhada até à quinta da Idosa Senhora. Ia ela absorta nas suas preocupações que naquele momento eram básicamente tentar arranjar uma solução para que o seu clube do coração lhe passasse a dar uma alegria de vez em quando, eis que de repente se aproxima um carro estranho, com uns vidros tão escuros que não permitiam ver quem lá ia dentro, deixando a criança incapaz de se mexer com o susto. Ao passar junto à Menina abre-se uma das janelas da viatura e lá dentro para espanto da criança surge um estranho indivíduo com um passa-montanhas na cabeça, que apenas lhe destapa os olhos e a boca. Essa estranha figura pergunta então à Menina : onde vais Capuchinho Vermelho ? E a criança responde-lhe a medo: vou a casa da minha avózinha que está muito constipada ! E quem é a tua avózinha ? É a D. Joaquina que tem uma fábrica de queijos da Serra artesanais que por acaso são uma delícia? A Menina diz-lhe que sim com a cabeça e o estranho carro parte então a grande velocidade no sentido da quinta da D. Joaquina. A Menina tenta apressar o passo com medo do que poderia estar a acontecer à sua Avó, e quando finalmente chega a casa desta, vê o encapuçado lá dentro e nem sinal da idosa senhora. Então a medo pergunta: porquê é que tens essa coisa estranha na cabeça ? O desconhecido explica-lhe que tem ordens superiores para andar assim vestido, e que é com aquela aparência que costuma visitar muitos locais como restaurante e bares, notando no entanto que causa sempre alguma intimidação nas pessoas que o vêm, mas que quando depois mostra a identificação, as pessoas ficam logo muito menos assustadas. A Menina que estava assustada de morte pede-lhe então a identificação só no intuito de ficar menos nervosa, e é então que percebe que o indivíduo é funcionário da ASAE. Quando lhe pergunta pela Avózinha fica a saber que a Senhora está fechada numa dependência da casa agarrada aos seus maravilhosos queijos, pois a ASAE os quer confiscar, por estarem contaminados pela gripe . Costumava passear-se por ali um Maestro, também ele vermelho por dentro e por fora, que alertado pela estranha viatura resolve entrar na casa da D. Joaquina. Abre a porta de rompante e depara-se com aquele estranho espectáculo. Depois de inteirado do que ali se passava, sábiamente diz: vamos lá tentar resolver isto da melhor maneira, a Avózinha dá-te metade dos queijos, tu vais para Presidente do SLB e eu continuo a jogar até aos cem anos. Depois de uns breves momentos de silêncio, o encapuçado responde que está de acordo com a troca. O Maestro convicto de que é impossível o Benfica ficar em pior situação que aquela que tem hoje em dia, e a Avózinha que acha que é melhor ficar com metade dos queijos que ficar sem nenhum rejubilam com a resposta do inspector da ASAE matando-se assim dois coelhos de uma cajadada para grande alegria da nossa Capuchinho Vermelho.


MORAL DA HISTÓRIA: não há ninguém que não seja comprável. O valor apenas difere de pessoa para pessoa. No caso do SLB e daqueles que teimosamente continuam a tentar dar continuação a produtos que fazem parte da tradição e da cultura do nosso País as fasquias estão tão elevadas que dificilmente alguém conseguirá contrariar a evolução natural dos acontecimentos.

O inspector da ASAE protagonista desta história sem passa-montanhas




Nota:

Tive como inspiração para escrever esta história a notícia de que os inspectores da ASAE fazem as suas fiscalizações fardados conforme pode ser visualizado na foto ao lado.
"O uso dos passa-montanhas é mal visto pelos empresários e pelos próprios clientes, que vêm falar connosco. Toda a gente fica intimidada e os espaços, mesmo que não tenham problemas, ficam catalogados como de alto risco com todo aquele aparato. Chega a parecer um cenário de guerra", disse, ao JN, António Fonseca, presidente da ABZHP.

4 comentários:

MisteriosaLua disse...

Miga, já recebi o mail da tua filha, obrigada às duas, está muito giro! Para que não restem confusões, o meu mail e msn está no meu blog.
Besitos às duas!

Anónimo disse...

ó minha cadela.
Eu já sei qual é a minha cruz, por isso poupa-me.
Á certas personagens que nunca terão espaço no GLORIOSO SLB.
Esta história não tem ?????????????

SOCORRROOOOOOOOOO estão-me a levar para o Telhal.

JCorreia

MisteriosaLua disse...

Miguita, mais uma vez tenho de te dar os parabéns pelo teu poder de imaginação!
Está fabulástica!
Besitos

Cravo a Canela disse...

Querida Concorrência,

Se todos tivéssemos preço, já há muito que não éramos tão devotos a este maravilhoso clube.

E isso não é uma história, é um pesadelo!

Lá diz o povo, eu não acredito, mas "que l`ASAE"...