Se eu fosse deus
criava um deus que falhasse,
um tipo de óculos como eu
em quem eu acreditasse
sem ter de cruzar os dedos.
alguém que fosse reflexo
do que o meu peito espelhasse
na montra dos meus segredos
se eu fosse deus
duvidava mais de mim.
punha um panamá e uns calções
e vagueava no jardim
onde vagueiam multidões
escutava o que diziam
com tremoços e balões
o que o filho diz à mãe
o que a mãe lhe diz por fim…
e quando não se entendiam
duvidava mais de mim
se eu fosse deus
nunca teria criado o bicho da maçã
mantinha o pecado intacto
para contrastar o facto
com o raiar da manhã.
mas isto sou eu a pensar…
no que faria em seu lugar.
João Monge
criava um deus que falhasse,
um tipo de óculos como eu
em quem eu acreditasse
sem ter de cruzar os dedos.
alguém que fosse reflexo
do que o meu peito espelhasse
na montra dos meus segredos
se eu fosse deus
duvidava mais de mim.
punha um panamá e uns calções
e vagueava no jardim
onde vagueiam multidões
escutava o que diziam
com tremoços e balões
o que o filho diz à mãe
o que a mãe lhe diz por fim…
e quando não se entendiam
duvidava mais de mim
se eu fosse deus
nunca teria criado o bicho da maçã
mantinha o pecado intacto
para contrastar o facto
com o raiar da manhã.
mas isto sou eu a pensar…
no que faria em seu lugar.
João Monge
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