quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


“O Ódio”, pintura do espanhol Jose Luis Fuentetaja, 1971

«Queres amar a vida e não te deixam. Tens de respirar o ódio, o insulto, o bafo azedo do vexame e isso faz-te mal. Emanações de um pântano de febres, de esgotos a céu aberto com o seu fedor de vómito. Um dos tormentos do inferno medievo era esse, o fedor - a essência da podridão. E o que te fazem respirar de uma flor, do aroma de existires? Porque é que o ódio é assim fundamental para os teus parceiros em humanidade existirem? Têm uma estrutura diferente de serem, Deus fabricou-os num momento de mau génio. Vale a pena irritares-te contra a existência da víbora ou do touro?»

Vergílio Ferreira, in ‘Escrever’

2 comentários:

Pedro Branco disse...

Espero que esteja tudo bem. Saudades!

A CONCORRÊNCIA disse...

Também. Também !

Tudo em ordem por aqui.

Sorrio-te