Faleceu, na passada terça feira, o músico, compositor e intérprete, Gregório Vaz, conhecido no mundo artístico por Codé di Dona, no hospital da Praia.
Apelidado de Rei do Funaná e um dos maiores vultos da história da música popular cabo-verdiana, o músico, nascido em Chaminé em 1940, uma pequena localidade do concelho de São Domingos, na ilha de Santiago, andou praticamente durante toda a sua vida sempre de gaita ao peito e ensinou dezenas de músicos a arte de tocar o funaná.
Cantor e compositor, Codé di Dona chegou a ganhar o disco de ouro em Portugal em 1998, com o CD «Codé-di-Dona». Considerado um dos nomes mais sonantes da música tradicional cabo-verdiana, actuou nos principais palcos de Cabo Verde mas também na Europa, entre Portugal, França e Suíça.
O músico, que gravou o primeiro disco, totalmente tradicional, «Kap Vert», em 1996, fez parte de grupos tradicionais como Simentera, Bulimundo e Finaçon (referências na sua música tradicional do interior de Santiago) que gravaram músicas suas.
Autor de dezenas de sucessos, Codé di Dona sempre viveu uma vida humilde, no meio das «tocatinas» pródigas por todo o arquipélago, ganhando também o «nominho» de Rei Midas, uma vez que se dizia em Cabo Verde, «tudo o que toca vira ouro».
Codé di Dona é o compositor da música «Fomi 47», uma das canções mais emblemáticas de Cabo Verde, relacionada com a fome que assolou as ilhas e que provocou a emigração em massa para São Tomé e Angola.
Deixo-vos com o Rei do Funaná
1 comentário:
Tão interessante...!
Gostava de estudar a fundo, fazer mesmo um trabalho grande de investigação na busca das origens da música brasileira. Temos um cancioneiro vastíssimo e variado na mesma intensidade.
Este Funaná, certamente, deixou a sua marca no interior do Brasil, nas músicas de quadrilha.
Quando escutava, fechei os olhos e pensei que estava no sertão, numa festa de São João.
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