segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Facebook

Miguel Sousa Tavares dedicou uma crónica inteira do Expresso ao tema “Facebook”. Contra, claro. Para ele, todos os que aderem a uma rede social fazem-no por razões deprimentes - solidão profunda, exibicionismo, pura tolice -, ou na incessante busca do amor e do sexo, isolados ou combinados. São, sob o olhar de Miguel, umas dezenas de milhões de tristes personagens – que ainda por cima mentem, porque dizem que estão a fazer contactos profissionais e amizades, quando na verdade têm obscuras intenções e secretas ambições.

Eu faço parte desse mundo indecoroso.

Claro que cada um de nós está ou não no Facebook porque pode ou porque quer, nada mais que isso.

Quero no entanto acrescentar que a vertente pública de mais, na minha opinião claro, do Facebook é a que menos me alicia. Gosto no entanto da parte lúdica da rede, nomeadamente dos Quizz, dos Jogos ( Farmville é um "must"), e de todas as outras aplicações da rede, que nos permitem abstrair, durante o tempo que nos apetecer, de algumas das nossas preocupações do dia a dia. Rir com resultados de duvidosos quizzes, ver patinhos feios transformarem-se em cisnes, ordenhar vacas que dão leite com chocolate ou leite com morango, fazem despertar em nós a criança que fomos e que tivemos capacidade de preservar.

A liberdade é o mais relevante valor num presumível debate sobre redes sociais. A liberdade de estar. De não estar. De ignorar. De não gostar. De ter razões para estar ou não precisar de ter razões e estar na mesma. Cada pessoa é um mundo, casa mundo tem o seu código, a sua chave, a sua razão de ser. A grande diferença entre as pessoas que estão no Facebook e o Miguel Sousa Tavares é que elas não se importam que ele não esteja no Facebook.

Porque se importa ele?

5 comentários:

Pedro Branco disse...

Sinceramente, pouco me importa o que pensa o Miguel Sousa Tavares, embora lhe reconheça esse direito (de pensar...), valor intelectual (apesar de muitas vezes nem concordar com ele) e de o respeitar como cidadão. Prefiro o que tu dizes: "A liberdade de estar ou de não estar...". Eu não estou (ainda?).


Beijos.

Maria disse...

Um dia destes deixamos de ter tempo para pensar.
Repara, Isabel: e-mails, blogues, hi5, messenger, rede de messenger (amigos), face book, ning, e outras coisas para que me convidaram ultimamente e de que nem mais lembro o nome.... quem tem tempo para isto tudo?
Mas pronto, cada um pode estar onde acha que deve. É (também) para isto a liberdade que temos. Saibamos usá-la...

Beijo

Carol disse...

Isabel, concordo completamente com a Maria.

Eu fico-me pelo messenger para contactos mais rápidos com amigos e muitos deles profissionais, o Facebook numa vertente mais de lazer e o blogue onde publico algumas das coisas que escrevo ou pensamentos que vou tendo ...

E CHEGA !!!

As 24 horas do dia já quase que não me vão chegando para também dedicar à leitura, a ouvir música, ir ao teatro, etc, etc, etc ...

Podia desfiar aqui um rol imenso de outras coisas ... mas como em tudo, há que saber equilibrar :)

Bjs

MisteriosaLua disse...

Pronto, tá bem, ó VIZINHA!!

Leticia Gabian disse...

E se serve, entre outras coisas, para aplacar a solidão profunda, já não será suficiente justificação para a sua existência?
E fico por aqui, pois cada um entra e sai de onde desejar...Pelo menos, por enquanto e que assim continue!

Beijos