Diz-se que as conversas são como as cerejas, creio que as lembranças e os pensamentos também. A velocidade com que somos obrigados a viver a vida obriga-nos muitas vezes a adormecer as recordações. Basta no entanto por vezes uma palavra, um gesto, para as acordarmos dentro de nós. Foi o que me aconteceu hoje com um post de uma amiga.
"A invenção do amor" de Daniel Filipe. Até a capa é igual. " inventaram o amor com carácter de urgência deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia" ..."É preciso encontrá-los antes que seja tarde, antes que o exemplo frutifique, antes que a invenção do amor se processe em cadeia"... "Está em jogo o destino da civilização que construímos, o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial,o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos, a verdade incontroversa das declarações políticas." ..."Importa descobri-los onde quer que se escondam antes que seja demasiado tarde e o amor como um rio inunde as alamedas praças becos calçadas quebrando nas esquinas". Num tempo em que nos negavam todos os direitos, até o direito ao amor nos era proibido. Um dos poemas que mais me marcou e que mais me influenciou no meu modo de estar na vida.
Lembro-me da alegria que tinha ainda criança, e mais tarde já adolescente, quando me ofereciam um livro, lembro-me das prendas que pedia no Natal e nos anos : livros !!!. Lembro-me da sofreguidão com que os devorava, sem intervalos. As refeições eram deglutidas com os livros à minha frente sem conseguir parar de os ler (ainda hoje tenho dificuldade em fazer intervalos quando os leio). Lembro-me de todas as noites ler livros aos meus filhos antes de adormecerem, primeiro histórias e contos, mais tarde livros mais sérios, e sei que eles se lembram ainda, de muitos desses livros que lhes li.
Hoje os livros foram substituídos pela televisão ou pelas consolas de jogos onde impera a violência. A maior parte das crianças dos nossos dias não é ensinada a gostar de ler. Tenho pena, muita pena, e a secreta esperança (como optimista que sou) que mais tarde ou mais cedo se inverta esta situação, e que o livro volte a ter para todos a importância que lhe é devida.
P.S. Mais uma vez peço desculpa pelo atrevimento, mas quando as recordações têm o peso que esta tem é dificil silenciar os pensamentos.
"A invenção do amor" de Daniel Filipe. Até a capa é igual. " inventaram o amor com carácter de urgência deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia" ..."É preciso encontrá-los antes que seja tarde, antes que o exemplo frutifique, antes que a invenção do amor se processe em cadeia"... "Está em jogo o destino da civilização que construímos, o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial,o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos, a verdade incontroversa das declarações políticas." ..."Importa descobri-los onde quer que se escondam antes que seja demasiado tarde e o amor como um rio inunde as alamedas praças becos calçadas quebrando nas esquinas". Num tempo em que nos negavam todos os direitos, até o direito ao amor nos era proibido. Um dos poemas que mais me marcou e que mais me influenciou no meu modo de estar na vida.
Lembro-me da alegria que tinha ainda criança, e mais tarde já adolescente, quando me ofereciam um livro, lembro-me das prendas que pedia no Natal e nos anos : livros !!!. Lembro-me da sofreguidão com que os devorava, sem intervalos. As refeições eram deglutidas com os livros à minha frente sem conseguir parar de os ler (ainda hoje tenho dificuldade em fazer intervalos quando os leio). Lembro-me de todas as noites ler livros aos meus filhos antes de adormecerem, primeiro histórias e contos, mais tarde livros mais sérios, e sei que eles se lembram ainda, de muitos desses livros que lhes li.
Hoje os livros foram substituídos pela televisão ou pelas consolas de jogos onde impera a violência. A maior parte das crianças dos nossos dias não é ensinada a gostar de ler. Tenho pena, muita pena, e a secreta esperança (como optimista que sou) que mais tarde ou mais cedo se inverta esta situação, e que o livro volte a ter para todos a importância que lhe é devida.
P.S. Mais uma vez peço desculpa pelo atrevimento, mas quando as recordações têm o peso que esta tem é dificil silenciar os pensamentos.
4 comentários:
Não é atrevimento nenhum, ó miga...
Este livro marcou um tempo. E ainda que nos trás memórias, porque esta Memória faz parte da nossa História.
Ainda te hei-de ver a ler estórias aos teus netos...
:))))
Beijos
Ó pá essa coisa dos netos está de gesso, possaras. O JC até já lhes tentou explicar (teoricamente claro) como se faz, mas cá pra mim, eles não o devem ter ouvido com muita atenção ... Lol !!!
Beijo e obrigada por me teres feito recordar ...
Revejo-me, por inteiro, no modo de pensar expresso nestas suas palavras...
L.B.
Se todos pensassem como nós deixaria de existir esta falta de cultura que tanto me aflige.
Obrigada pelas palavras de apoio e benvinda a este meu cantinho da blogosfera.
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