Na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. Depois, a minha irmã mais velha
casou-se. Depois, a minha irmã mais nova
casou-se. Depois, o meu pai morreu. Hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. Cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. Mas irão estar sempre aqui.
Na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luís Peixoto
e eu. Depois, a minha irmã mais velha
casou-se. Depois, a minha irmã mais nova
casou-se. Depois, o meu pai morreu. Hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. Cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. Mas irão estar sempre aqui.
Na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luís Peixoto
3 comentários:
E eu gosto deste José Luís Peixoto...
Este texto é lindíssimo!
Beijocas
Já li e reli este pequeno genial texto vezes sem conta durante estes dias. É daqueles que gostava mesmo de comentar no máximo da potência que conseguisse ter. Mas não sou capaz. Por isso fico-me pela intenção e pelaspalavrasquenosunem.
Até quinta!
Beijos.
Até quinta Pedro e Maria. Também vocês terão sempre um lugar na minha mesa, enquanto eu for viva... pelaspalavrasquenosunem, e pormuitasoutrascoisasquenosunem ...
Beijos grandes aos dois
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