sexta-feira, 22 de junho de 2012


Voltei a ser capaz de sentir AQUELA PAZ...

Quando o aperto nos meus braços: tão cheiroso, tão bom, tão macio ...
Quando me sento junto ao seu berço a vê-lo dormir: tão sereno  ...
Quando acorda e se movimenta com os seus movimentos de bébé: tão graciosos, tão inocentes ...




Criança, sonha ...
Não saibas – imagina ...
Deixa falar o mestre, e devaneia ...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia

Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões
Um a-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições

Voa pelas janelas
De encontro a qualquer sol que te sorria!
Asas?
Não são precisas
Vai ao colo das brisas,
Aias da fantasia.
Miguel Torga



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