quarta-feira, 30 de junho de 2010




Get It While You Can
(Jerry Ragovoy, Mort Schuman)

In this world, if you read the papers, Lord,
You know everybody's fighting on with each other.
You got no one you can count on, baby,
Not even your own brother.
So if someone comes along,
He's gonna give you some love and affection
I'd say get it while you can, yeah!
Honey, get it while you can,
Hey, hey, get it while you can,
Don't you turn your back on love, no, no!

Don't you know when you're loving anybody, baby,
You're taking a gamble on a little sorrow,
But then who cares, baby,
'Cause we may not be here tomorrow, no.
And if anybody should come along,
He gonna give you any love and affection,
I'd say get it while you can, yeah!
Hey, hey, get it while you can,
Hey, hey, get it while you can.
Don't you turn your back on love,
No no no, no no no no no.

Oh, get it while you can,
Honey get it when you're gonna wanna need it dear, yeah yeah,
Hey hey, get it while you can,
Don't you turn your back on love,
No no no, no no no no, get it while you can,
I said hold on to somebody when you get a little lonely, dear,
Hey hey, hold on to that man's heart,
Yeah, get it, want it, hold it, need it,
Get it, want it, need it, hold it,
Get it while you can, yeah,
Honey get it while you can, baby, yeah,
Hey hey, get it while you can!

terça-feira, 29 de junho de 2010



You Don't Know My Mind


(Odetta, foi uma cantora, actriz, compositora e activista dos direitos humanos norte-americana. O seu repertório musical consiste em folk music, blues, e jazz. Uma importante figura no American folk music revival dos anos 1950 e 60, ela foi influência musical e ideológica para muitas figuras chave do renascimento folk nesse tempo, incluindo Bob Dylan, Joan Baez, Mavis Staples, and Janis Joplin.)

segunda-feira, 28 de junho de 2010


Palavras e péugas

Deus deu-nos um saco cheio de palavras
a que chamou Vida.
Viver é retirá-las uma a uma,
aleatoriamente,
e ordená-las em “cobrinhas” que façam sentido.
Tudo isto,
é claro,
com as peúgas do avesso.

João Monge

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pátria Lusa

lamento para a língua portuguesa

não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.

Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

Hoje ás 15 horas todos iremos torcer pela Pátria Lusa.
O "Pátria Lusa Bar" torce todos os dias por dignificar e dar a conhecer a nossa cultura.
No "Pátria Lusa Bar" hoje, sábado e domingo essa tarefa estará a cargo de Rogério Charraz. Apareçam.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

É esta a voz que terão oportunidade de ouvir hoje ás 22, 00 horas no "Pátria Lusa Bar" em Cascais.



IMPERDÍVEL !!!

quarta-feira, 23 de junho de 2010


Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz.


Nesta nova fase da minha vida é isso que tenho sentido : AMIZADE !!! AMIZADE com maiúsculas, pelo carinho, pela preocupação, pelo apoio. Uma AMIZADE gigantesca da parte de tantos amigos (e não vou dizer nomes porque vocês sabem quem são), uma AMIZADE que me comove. Obrigada a todos vocês por gostarem tanto de nós.

P.S.: Lena hoje a tua mensagem fez-me chorar, vocês sabem mas faço questão de aqui deixar escrito: gosto muito de vocês !!!


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pátria Lusa abriu assim:




Agradecemos a todos os amigos que fizeram questão de abrilhantar a nossa festa, aos que aceitaram o desafio de subir ao palco e mais uma vez nos encantaram com as suas prestações e a todos os nossos colaboradores pelo entusiasmo e dedicação com que abraçaram este novo projecto de todos nós. Obrigada a todos.

Continuamos à espera da vossa visita. Este espaço foi pensado para vocês. Tudo faremos para que os que nos derem a prazer de nos visitar vivam uma noite diferente e acima de tudo inesquecível.




P.S. Hoje estamos fechados. Terça e quarta será Rogério Charraz quem abrilhantará a noite. Quinta feira noite de fado com Ana Lains.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O "Pátria Lusa" abre hoje....


Há já muito tempo que não falo de mim. Hoje não poderia deixar de contar a quem por aqui passa o que me vai na alma.

Escrevo este "post" e lembro-me de um outro que escrevi na véspera do meu filho se casar, hoje é um dos dias mais importantes da minha vida.

O "Pátria Lusa" vai abrir hoje as suas portas. Um projecto a que me dediquei de alma e coração e que tenho a certeza irá ser um sucesso.

Foram muitos os que me deram forças e me ajudaram a realizar este projecto, e a esses não poderia deixar de agradecer publicamente:

Ao meu marido por ter ousado arriscar e por ser a pessoa espectacular que é.

Aos meus filhos e à minha nora por me terem apoiado desde o principio (Joaninha obrigada pelas férias de que prescindiste para realizares todo o projecto publicitário que envolve o "Pátria Lusa")

Ao Rogério Charraz por ter aceite o desafio de ser nosso sócio e gerir o nosso "Bebé" (sem ti nunca nos arriscaríamos neste projecto).

A toda a equipa da Ardeco por me terem permitido utilizar a estrutura da empresa para a realização da decoração (Ana G.F. obrigada pelo fim de semana passado a idealizar a decoração do espaço).

Ao Zá e à Paula Rêgo pelo apoio desde o inicio, quando ainda nem sequer sabíamos o que procurávamos, até hoje, sempre ao nosso lado sempre dando-nos forças (sem vocês nada disto seria possível).

A toda a equipa da "Taverna dos Trovadores" em Sintra que com a sua grande experiência no ramo tornaram possível que levássemos a bom termo o nosso desafio (Fernando, Isabel Brito, Isabelita, Ricardo, Jaime e todos os outros que fazem parte do fantástico "staff" da "Taverna", muito e muito obrigada).

A todos os músicos amigos que nos mostraram desde o início inteira disponibilidade para nos apoiarem em tudo o que precisássemos.

À Lua pelas muitas horas que tem passado connosco a limpar, a arrumar, a fazer-nos rir ou pelo menos sorrir nos momentos de cansaço destes últimos dias.

E a todos os outros que permitiram tornar possível a realização deste projecto.

Bem hajam , bem hajam, bem hajam !!!!

Contamos lá ter hoje e a partir de hoje todos os que gostam de nós e todos os amigos dos nossos amigos

P.S.:
João Monge e "Baile Popular" o prometido é devido ... estamos lá à vossa espera !!!!



quarta-feira, 16 de junho de 2010

O sobscrito


O sobscrito

Bateram ao postigo. Era o carteiro
Trazia um sobrescrito de Lisboa
Não era engano: O nome estava inteiro
Era dirigido à minha pessoa

Abri-o logo ali: Era a respeito
De um pedido que em tempos eu fiz
Para qualquer ofício ganho o jeito
Mesmo que seja só como aprendiz

Nessa tarde já não saí de casa
Sentei-me frente ao lume a matutar
Enquanto dava a volta a uma brasa
Há dias de perder e de ganhar

Meti a tralha toda para um cesto
E mesmo ainda assim sobrava fundo
O que ficou tinha muito mais texto
Não cabe em nenhum verso deste mundo

Foi toda a minha gente à despedida
Ao Largo donde partiu a carreira
Abraços, beijos e até comida
Cada um exprime-se à sua maneira

E foi assim que a vida deu uma volta
A carta e os conselhos de um braseiro
O campo por onde eu andava à solta
Agora está no fundo de um estaleiro

João Monge

P.S. Obrigada ...

segunda-feira, 14 de junho de 2010




Queixa e imprecações dum condenado à morte

Por existir me cegam,
Me estrangulam,
Me julgam,
Me condenam,
Me esfacelam.
Por me sonhar em vez de ser me insultam,
Por não dormir me culpam
E me dão o silêncio por carrasco
E a solidão por cela.
Por lhes falar, proíbem-me as palavras,
Por lhes doer, censuram-me o desejo
E marcam-me o destino a vergastadas
Pois não ousam morder o meu corpo de beijos.

Passo a passo os encontro no caminho
Que os deuses e o sangue me traçaram.
E negando-me, bebem do meu vinho
E roubam um lugar na minha cama
E comem deste pão que as minhas mãos infames amassaram.
Com angústia e com lama.

Passo a passo os encontro no caminho.
Mas eu sigo sozinho!
Dono dos ventos que me arremessaram,
Senhor dos tempos que me destruíram,
Herói dos homens que me derrubaram,
Macho das coisas que me possuíram.

Andando entre eles invento as passadas
Que hão-de em triunfo conduzir-me à morte
E as horas que sei que me estão contadas,
Deslumbram-me e correm, sem que isso me importe.

Sou eu que me chamo nas vozes que oiço,
Sou eu quem se ri nos dentes que ranjo,
Sou eu quem me corto a mim mesmo o pescoço,
Sou eu que sou doido, sou eu que sou anjo.

Sou eu que passeio as correntes e as asas
Por sobre as cidades que vou destruindo,
Sou eu o incêndio que lhes devora as casas,
O ladrão que entra quando estão dormindo.

Sou eu quem de noite lhes perturba o sono,
Lhes frustra o amor, lhes aperta a garganta.
Sou eu que os enforco numa corda de sonho
Que apodrece e cai mal o sol se levanta.

Sou eu quem de dia lhes cicia o tédio,
O tédio que pensam, que bebem e comem,
O tédio de serem sem nenhum remédio
A perfeita imagem do que for um homem.

Sou eu que partindo aos poucos lhes deixo
Uma herança de pragas e animais nocivos.
Sou eu que morrendo lhes segredo o horror
de serem inúteis e ficarem vivos.

Ary dos Santos

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Fim de semana grande, uauuuuuuuuuuu !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um feriado: Dia de Portugal .
Deixo-vos com uma canção que homenageia o nosso País.
Deixo-vos com alguém que como eu, que como tu, e apesar de tudo continua a ter orgulho em ser Português.



Bom fim de semana !!!!!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Óleo de Guilherme Parente

Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia Mundial da Criança

Embora todos os dias devessem ser Dia da Criança, embora seja vergonhoso e ultrajante para todos nós que ainda existam crianças neste nosso Mundo com carências alimentares e afectivas, porque para uma mãe os filhos são sempre crianças, porque os companheiros dos nossos filhos também o são, e porque por enquanto netos "está de gesso", homenageio aqui, hoje, as minhas "crianças".