quinta-feira, 13 de novembro de 2008


Num Dia de Verão

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa

E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...

Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?

Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...

Alberto Caeiro


1 comentário:

Leticia Gabian disse...

É tão bom quando a natureza vem nos bater de chapa na cara dos nossos sentidos...!

Que hoje seja um dia de verão, dentro de ti, amiga!

Beijo grande grande